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Conrado de Castro Valise
Criar Ituverava

Mozart e as chuvas brasileiras

Vivemos em um mundo globalizado. Informação e velocidade são primordiais para a sobrevivência no sistema em que estamos inseridos. Uma forma educacional de qualidade é essencial para que tenhamos condições de competir no furioso e imperdoável mercado de trabalho.

Antigamente, o acesso à educação era precário. Somente as elites tinham poder político e econômico para pôr seus filhos em boas instituições de ensino. A sinfonia era constituída apenas pelas melhores e mais douradas flautas. A pequena sanfona nunca teve chances de participar das grandes composições de Mozart.

Assim como as chuvas que banham a nação brasileira, a educação no Brasil não atinge proporções nacionais. Nos dias atuais, ao invés de espalhar-se por todo o território, a evolução se concentrou no centro econômico do país. Chove tanto conhecimento sobre as cabeças paulistas que essas já estão cansadas de quase se afogarem.

Em contrapartida, as outras áreas do país sofrem com o descaso. As pequenas trombetas nordestinas descascam-se e desbotam-se sob o furioso sol de exclusão, ávidas por uma gotinha d’água. Não há como obter harmonia quando se está focado somente em um instrumento e o resto da orquestra é ignorada.

Todos têm o direito de receber um preparo mestre para poderem participar dos mais belos concertos. Harpas ou pandeiros, a chuva precisa atender a população como um todo, pois tamanha diversidade não pode ocorrer em uma sociedade que se diz igualitária. Porém, parece que alguns instrumentos são mais iguais do que outros...