A amizade é fonte de alimento para a existência humana. Porém ela molda-se conforme os parâmetros da época, sendo para nós como o vento é para o espaço: adapta-se a todas as formas. Desde o ser humano mais primitivo a amizade tomou formas e fins distintos, caminhando até os dias de hoje. Mas porque os amigos são tão importantes para nós?

Bate o vento e a fagulha chega à fogueira. Dessa forma segue a amizade, acendendo a chama da vida, com seu papel fundamental em suas relações mundanas. Nos tempos das cavernas, o instinto humano de sobrevivência fez com que desde o primeiro momento, a opção de agregar os indivíduos e formar um bando fosse vantajosa. Do ponto de vista da sobrevivência, quanto maior o grupo, maior as chances de sobreviver. A noção de amizade como nós a concebemos hoje naquela época não existia, mesmo assim, as relações interpessoais existiam e resultavam em um grupo mais forte e unido para enfrentar as adversidades.

O vento sopra as velas das grandes navegações, essa época representava um momento em que as amizades diriam muito a respeito de cada cidadão. Nesse momento, ser amigo do rei, por exemplo, representava um status social elevado e com certeza um alto padrão de vida. Nesse contexto histórico, ter amigos influentes poderia ser a diferença entre a vida e a morte, Catarina de Aragão não foi levada à forca pelo Henrique XIII, pois ela possuía laços fortes com a igreja, uma ótima área para cultivar boas relações nessa época.

Bate uma leve brisa que carrega a fumaça, traz consigo o vapor exalado pela modernidade. Nesse momento, o capitalismo e a globalização fundem-se em um só vírus de caráter letal, a amizade saudável. Nos tempos atuais, uma boa amizade nos traz segurança e base emocional para enfrentar este nosso mundo de caótico. Com o advento do capitalismo e da globalização, as amizades tornaram-se cada vez mais superficiais, resultando em seres humanos desequilibrados e instáveis do ponto de vista emocional. Uma amizade forte e verdadeira é o ideal visado hoje e pode representar a diferença entre a insanidade e a lucidez. É preciso "guardar debaixo de sete chaves" esses relacionamentos ideais, pois servem como fonte de vida.

A amizade e o vento nos acompanham desde os tempos mais primórdios, ambos sinônimos de qualidade de vida. Privar o homem do vento ou da amizade é como privar o mundo do sol, simplesmente inconcebível.