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Laura de Fátima Bueno Motta
Criar Ituverava

A hora da estrela?

A violência, a busca incessante pelo poder e a perda de valores são apenas conseqüências de uma sociedade em que as divisões sociais ocupam espaço. A concentração de rendas, a escassez de oportunidades em relação aos desprovidos de dinheiro e o famoso julgamento: você é o que tem, tornam o Brasil um território onde os princípios humanos e a valorização do caráter parecem esquecidos.

A existência de classes e as diferenças marcantes entre elas contribuem para o surgimento de inúmeros conflitos e uma gritante desarmonia em uma nação.Revoltas desencadeadas no Brasil como balaiada, sabinada e cabanagem, por serem reivindicações populares foram praticamente ignoradas pelo governo e por membros da elite. Com a proclamação da república brasileira não foi diferente. O proletariado não tinha o direito de participar de assuntos inerentes a seu próprio país. "O povo assistiu àquilo bestializado".

Hoje, a principal forma de exclusão está associada ao sistema capitalista. A super-valorização do capital e da imagem discriminam os injustiçados socialmente. O alto custo de escolas, cinemas e teatros faz com que torne restrito o acesso à cultura para quem não está inserido nos padrões capitalistas. Dessa forma, os excluídos tentam encontrar uma nova maneira de sobressair-se mediante as atrocidades sociais.  É nesse instante  que surge o cruel universo da criminalidade.

O movimento sem terra, ou mesmo as reivindicações dos nativos que lutam pela igualdade, acabam promovendo atentados que violam a moral e a ética. Esses atos são apenas reflexos da ausência de atenção de um governo alienado em relação aos problemas que assolam seu país. Medidas sérias e compactuadas com a verdade, como a reforma agrária e a demarcação do território indígena, poderiam colaborar para a diminuição de divergências entre classes.

Caso essas propostas não entrem em vigor, a assustadora desigualdade entre os grupos sociais continuarão ocorrendo constantemente. Indivíduos como Brás Cubas e Bentinho promoverão a opressão e, com isso, a conseqüente miséria que aflige os oprimidos. Já cidadãos como Fabiano e Macabéa serão os eternos injustiçados, pois são eles que sustentarão a soberania e a arrogância intrínseca aos que se julgam "deuses do olimpo". São esses seres humanos, cheios de sonhos massacrados, que lutarão para que um dia abandonem suas "vidas secas" e finalmente encontrem a "hora da estrela". Resta saber se essa tão desejada estrela terá força para brilhar.