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Yara Baldin Mesquita
Criar Ribeirão Preto

Maniqueísmo cultural

A sociedade humana formou-se sobre imposições de conceitos do certo e errado pré-determinados. Os homens disputando o poder criaram regras para dominar o alheio. Assim, sentimentos nativos dos indivíduos pela busca da sobrevivência passaram a ser inconsistentes como o ambiente comunitário. E nomes foram alterados. De justiça a vingança, de submissão ao perdão. Em conseqüência a sociedade divide-se entre esses conceitos.

Em tempos passados, o "olho por olho, dente por dente" regia o homem. Porém, com o egoísmo e a arrogância dos indivíduos a justiça tornou-se brutal e a mudança era essencial. Assim, criavam regras para conduzir o comportamento humano. Em conjunto, a Igreja determinou o pecado, impôs os conceitos cristãos da inferioridade e submissão humana, transformando o que antes era conceituado como justiça em vingança (algo animalesco e inferior).

O homem é vingativo, insensato e pecador, essa foi a caracterização para conseguir transferir e garantir o poder. E, quando as sociedades não aplicam as regras para controlar essas ações, o medo e a insegurança são a característica do ambiente.

No entanto, perdoar é divino e belo, assim o homem se salvará. Instalou a ironia, e a sociedade dividiu-se entre a vingança e o perdão. As características naturais dos indivíduos tornaram-se objetivo de discussões. A luta pela dominação fez o característico ser brutal. A consciência do convívio em grupo e respeito ao outro foram abandonados para defender a "honra" medievalista e a superioridade. Em vez de assassinas um ladrão, criou-se a pena de morte, o fato do erro ou arrependimento humano foi abandonado. Aqui faz-se justiça e não vingança, contraditório? Sim.

Dessa forma, as sociedades humanas contornam seus ciclos presas à ganância e ao egoísmo dos homens. Justiça, vingança, perdão, bondade e submissão são conceitos que de acordo com a ocasião são alterados. O desenvolvimento humano está preso ao maniqueísmo cultural de pré-conceitos.