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Susane Marangoni Molina
Criar Ribeirão Preto

Relicários, excursões e profecias

A busca incessante por vida extraterrestre remete ao início das Grandes Navegações. A necessidade de um "novo mundo" para explorar e dominar levou os europeus a desbravar os mares e a enfrentar seus mitos; e, hoje, leva o homem a vasculhar o universo. As caravelas do século XVI foram substituídas por aeronaves, mas têm o mesmo intuito: descobrir e conquistar. Como uma espiral, a história se repete. Mudam-se os personagens e os detalhes, mas é sempre o mesmo relicário de novidades.

Os astrólogos não têm dúvidas de que haja seres vivos em outros planetas. Buscam pela presença de água, carbono, nitrogênio, o que denuncia um geocentrismo provinciano que alude ao eurocentrismo do século XV. Afinal, é possível existir formas de vida que o homem não conhece e seres constituídos de elementos químicos diferentes do que é habitual para o homem.

Em virtude da dimensão do universo e da quantidade de galáxias que existe, seria muito quixotesco acreditar que só há vida na Terra. Quem diz ter sido abduzido ou visto vestígios de extraterrestres é tido como insano pela sociedade, entretanto, é cabível que possam existir seres mais evoluídos que, apenas, não "querem ser encontrados". Se nem todos os mistérios da Terra foram desvendados, como se pode querer desvendar de outros planetas?

O homem não quer apenas encontrar um coabitante do universo, conhecer outras formas de vida e compartilhar conhecimentos. O ser astuto que se diz o único racional procura uma alternativa para a devastação exercida na natureza que pode causar a destruição da Terra. O Homo sapiens sapiens quer consertar o que fez, mas para isso, usa os meios que usou no começo.

A vida em outros planetas existe e os seres são espertos demais para querer ter contato com os hominídeos daqui. Enquanto excursões gananciosas continuarem a serem feitas, só resta esperar que as profecias do Velho do Restelo se concretizem novamente. E se materializarão quantas vezes forem necessárias, quantas vezes o homem tentar fingir ser o dono do mundo. Afinal, vive-se um relicário de inovações.