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Susane Marangoni Molina
Criar Ribeirão Preto

O bicho era um homem!

Perdoar é para poucos. A vingança parece estar incrustada no genoma humano. Apesar de, a cada dia, alcançar mais conquistas e desenvolvimento, o Homo sapiens tem se mostrado irredutível nos quesitos compaixão, bondade e perdão. O homem abraça guerras, conflitos, brigas sem precisar de um ideal que o justifique: está tão degradado que, o que o diferenciava dos animais, agora os aproxima.

Muitas pessoas não conseguem se livrar do rancor ou esquecer um mal que sofreram e se tornam amarguradas. Perseguem, buscam um meio de retaliar e esquecem-se de viver. As religiões, até por seus históricos, não são capazes de reverter essa situação e há, ainda, as que pregam a punição às inimigas, como acontece com algumas vertentes islâmicas, judaicas e cristãs.

Países que possuem um ineficiente aparelho judiciário tem se mostrado incapazes de conter atitudes vingativas que se aproximam da criminalidade. Como são, na maioria, subdesenvolvidos, patriarcalista e oligárquicos possuem Códigos Jurídicos retrógrados e machistas que protegem possíveis vinganças, além de não darem muito respaldo à reconciliação, ao perdão, ao ressarcimento.

A pena de morte reforça a incapacidade de perdoar, além de mostrar uma desumanidade perversa. Buscar a morte de outro ser é cruel, o que sofrimento algum justifica. Reafirma o despreparo para o convívio social tanto do condenado quanto dos que o apóiam. Viver em sociedade requer habilidade para lidar com problemas e pressupõe-se que o perdão seja uma delas.

A vingança - gene dominante - tem se sobressaído. Mas o perdão - recessivo - tem se mostrado perseverante e, embora não tenha tido muitas vitórias, às vezes consegue contaminar um ser. Mesmo que raramente e, por pouco tempo, o homem deixa de ser bicho e permite que uma flor nasça no asfalto. Só falta saber se ele continuará remexendo a lixeira de sua história à procura de uma solução tão evidente; o perdão.