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Susane Marangoni Molina
Criar Ribeirão Preto

Enquanto o capital mandar

O homem como bom tirano que é, tem a necessidade de se sentir superior e de culpar uma minoria pelos problemas que enfrenta. Para isso, construiu uma sociedade a seus moldes: capaz de excluir, marginalizar, julgar apenas pela aparência. Com isso, cria estigmas já aceitos e impregnados nos indivíduos e até mesmo nos próprios discriminados. A mídia, responsável pela massificação e aliada à indústria de bens não duráveis, dita as regras de como se inserir e ser aceito nesse mundo perecível.

A Escravidão, o Destino Manifesto, o Darwinismo Social contribuíram com o fortalecimento e a difusão do racismo. Deram a base para o que hoje é o movimento xenófobo, skinhead, nazista e Ku Klux Klam. Os negros carregam o rótulo de inferiores. Os índios foram dizimados. Os judeus sofreram massacres. E o homem ainda não aprendeu aonde leva essa discriminação desumana.

Filmes, novelas e seriados implantam nas pessoas um racismo mascarado que torna até os discriminados produtos desse meio. Artistas das minorias étnicas se submetem ao abandono de seus traços e abraçam características anglo-saxões em troca de sucesso. Assim, influenciadas, as vítimas abandonam suas culturas e se entregam à padronização: compram cosméticos que branqueiam a pele, alisam os cabelos, fazem plásticas.

Ainda prevalece o etnocentrismo caucasiano que marginaliza islâmicos, asiáticos, africanos e latinos. O preconceito racial está impregnado nos costumes das pessoas e é baseado nos padrões de vida, hábitos, religiões, cor da pele. Os não brancos, não cristãos e não participantes do consumismo moderno, por mais que tentam se assemelhar, sofrerão sempre com a exclusão que persegue, prejudica e pune, capaz de adquirir novas faces adaptáveis ao dinamismo global.

Esse racismo perverso e mutante é fortalecido pelas relações capitalistas que desigualam e excluem. Enquanto o capital ditar as regras sociais, a instabilidade reinará e o valor humano e o metafísico não terão força. Enquanto o dinheiro for a consciência e o caráter das pessoas, o racismo se adaptará às mudanças e não terá fim. Enquanto o homem não perceber que sua espécie não admite raças ou subespécies será exagero denominá-lo racional.