MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Loiane Duarte Ribeiro
Criar Ribeirão Preto

Pai, aproxima deles esse "cale-se"

Cultura. Educação. Sabedoria. Interesse. Motivação. Capacidade. Inteligência. Agilidade. Esperteza. Nada disso vale como degrau social, educacional, profissional ou mercadológico com eficiência sem que haja conhecimento, bom senso e, principalmente, eloqüência na língua portuguesa escrita e falada.  Fazer-se entender é o pré-requisito mais óbvio e essencial para o sucesso em toda e qualquer situação.

Seria óbvio se não fosse trágico. Em se falando de Brasil, país que ocupa o último (sim! Último!) lugar na avaliação da PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) nas provas de interpretação de textos, país cujos 96% dos alunos de escolas públicas não sabem ler e escrever após a dita "alfabetização", país que, em 2004, formou (ou desinformou) 94% de candidatos reprovados no exame da OAB, não é nem um pouco óbvio - isso é mesmo um país?

É de obrigação do cidadão (que quer realmente viver como um) conhecer e respeitar a língua mãe. Gírias, estrangeirismos, abreviações e coloquialidades estão tão intrínsecos no nosso idioma, que fica difícil compreender algumas tentativas incessantes da maioria dos brasileiros - aliados à mídia - parecem mais uma perseguição de cunho pessoal em amordação à linguagem sob o pretexto de inovar e facilitar, do que mero deslize.

Entretanto, a eloqüência e o conhecimento desse instrumento - o português -  também remetem ao bom senso como cúmplice indispensável. Saber adequar a língua às diferentes mensagens e respectivos receptores é tarefa importantíssima do emissor para não se tornar pedante. Em outros casos, o excesso de tentativas em busca da delicadeza faz despencar a avalanche de gerundismo desmedido e descabido que fere aos ouvidos.

O fato é: formamos um país miscigenado. Nossas origens são diversas e nossa cultura (no sentido primário, de idioma, gramática e costumes) tem como ingredientes o latim, o mundo lusófono, as peculiaridades tribais, entre outros. Assim, conservadorismo linear não é um traço forte. Mas burrice também não deve - ou não deveria - ser. Nossa língua é linda, complexa, saborosa e rica. Gostaria de um cálice de vinho tinto de letras?