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Aniello Savarese
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WASP

A sigla WASP designa o americano típico: branco, anglo-saxão e protestante. São eles os interioranos, fanáticos religiosos, conservadores e hipocritamente pedófilos, homofóbicos, racistas. São eles que propagam, desde a secessão o ódio ao negro, à KKK, à segregação. Por mais asquerosos que sejam, são fruto de inveja dos próprios negros, simplesmente pela sua cor, aceita em qualquer parte do globo.

O racismo age como um câncer, e cada vez que ele parece ter entrado em latência, saturações provocam novas formas de manifestação. No passado, a segregação era clara. No Brasil pós-Lei Áurea, negros viraram uma massa de excluídos da sociedade, miseráveis entregues a própria sorte. Na África do Sul, com os brancos no poder, foram proibidos de usufruírem de escolas e bares freqüentados pela outra etnia.

Com a cura de lideranças fortes, como Mather Luther King e Nelson Mandela, ele regrediu, e passou a ser implícito na sociedade. O ódio deu lugar à aceitação, mas do negro esportista, o negro músico, o negro modelo. Todos queriam ser Pelé, Jimmi Hendrix, Mohamed Ali, BB King. O esteriótipo foi criado, e as gerações futuras só mudaram os nomes, como Michael Jordan, Ronaldinho Gaúcho, Denzel Washington, Lewis Hamilton.

Da cura sugiram efeitos colaterais, como a manutenção da exclusão daqueles que não nasceram com a beleza, ou com o dom para o esporte e para a música. Desses, a grande maioria vive abaixo da linha da pobreza, não consegue equiparar seu teto salarial com os brancos, são traficantes ou estão caminhando rumo ao crime. Eles próprios são racistas, odiosos de sua cor, e isso só alimenta aqueles que deixam implícita sua opinião.

O racismo atualmente, fruto de nova mutação, tem se propagado nas entrelinhas. A via explícita que ocasionou o caos, serviu para mostrar que as próprias vítimas têm vergonha de seu fenótipo, e disso as indústrias de cosmético têm se aproveitado para fabricar cremes e propor cirurgias. O próprio negro, ou asiático, ou índio, ou qualquer outra etnia segregada tem preferido abdicar de sua essência, de sua história, em prol de uma aceitação que sabe nunca conquistada anteriormente. A globalização que propaga a padronização da beleza WASP.

Essa foi a última mutação detectada desse câncer que se propaga por séculos. Dela, foi possível ver como, por mais que curas sejam inventadas, certas espécies desse vírus são sempre selecionadas, e mais fortes. Nesse contexto, um presidente negro assume a cadeira da maior potência mundial, e também da maior exportadora de mutações selecionadas e curas. Change?