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Ana Lídia Viaro
Criar Ribeirão Preto

"Reduzidos" à invisibilidade

Holandeses e franceses chegaram à África do Sul no século XVII. Conheceram um povo fisicamente diferente: traços e cores nada semelhantes. Este povo também divergia daquela no que tange a costumes e culturas. Os brancos de olhos claros, com seus conhecimentos mais avançados, perceberam o quão submissos os pretos poderiam ser se dominados adequadamente. Dá-se a luz a uma disputa injusta na qual brancos largam infinitamente à frente mesmo porque os negros nem sabiam que competiam. A teoria de raças foi criada. A teoria de inferioridade racial também. A KKK nasceu. E hoje, o presidente eleito nos EUA é Barak Obama.

O domínio que deveria ter sido adequado o foi. Puseram, assim, etiquetas com preço definido as negras mercadorias vindas aos montes do Continente Africano. Convincentemente inferiores tornavam-se produtos de primeira necessidade. Incrível! Fizeram a economia "girar". A escassez de conhecimento dava ênfase e solidez à teoria de superioridade dos loiros, que conseguiam, com suas surpreendentes capacidades intelectuais, convencer os próprios negros de que eles eram quase nada. Nesse período em que o racismo não era assunto polêmico os "Martin Luther Kings" ainda não faziam presentes.

Os incríveis cientistas saem de seus laboratórios com provas mais que suficientes para deixar claro que o conceito de raça humana é inadequado. Reforçam ao dizer que a característica que difere os homens, fisicamente, é a quantidade de melanina que cada um possui. Esses heróis dos negros colaboraram para a mudança na constituição, na qual os homens passaram a ser iguais perante a Lei. Nelson Mandela teve mais recursos para defender o que intencionava. Aconteceu uma tentativa de erradicação desse preconceito escancarado. Com menos força, mas ainda hoje ônibus da KKK (Klu Klux Klan) andam pelas ruas estadunidenses amedrontam os possuidores de uma maior quantidade de melanina. Percebe-se, com isso, o insucesso dessa tão ambicionada erradicação. De escancarada passou a ser apenas ilegal.

Um fato surpreendente ocupou a página inicial dos jornais do mundo inteiro. Barak Obama, candidato à presidência, negro, foi eleito e com uma honra implícita por ter sido o primeiro dessa cor a ganhar as eleições. Um enorme passo foi dado quando o assunto é justiça racial. Otimistas os que acreditam nisso. Creio que tal passo foi dado para trás, afinal um novo tipo de preconceito está sendo demonstrado: o velado. Enquanto deveria ser algo natural algumas pessoas sentirem orgulho de conseguirem votar em um presidente negro, julgam-se modernos e sempre encontram o "ovelha negra", para deixar seus dias "negros", ao demonstrar racismo.

As etiquetas com preços definidos foram retiradas dos até então escravos. Para os integrantes do KKK, alvos, para serem atirados, foram colocados no lugar dessas. Essa massa não tão significativa atualmente, ao escancarar sua aversão aos negros, pelo menos, deixa esses preparados para combatê-los como acharem mais adequado. O mais preocupante é o racismo presente no fato de as pessoas orgulharem-se da eleição de um negro presidente. Esquecem que por detrás daquela pele repleta de melanina existem ideais políticos e, esses, sim, merecem atenção. O novo formato do preconceito social "reduz-se" à invisibilidade. Aproxima-se e toma posse de qualquer um sem ser notado. Cuidado! Ele pode estar ao seu lado.