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Patrícia Marteleto Scanavez
Criar Ribeirão Preto

"O Grito" de Munch, O Fato Social de Durkhein, A Cegueira de Saramago e o Niilismo de Schopenhauer

O expressionismo, famigerado movimento artístico do século XX, acreditava que a arte deveria expressar uma perturbação íntima. Entre seus representantes de renome, há Edvard Munch, autor de "O grito". Sob pinceladas expressivas; ele retratou o que é, para mim, a melhor representação do medo.

Dizem que o sentimento medroso provém de uma situação caótica, seja interior, seja exterior. Vistos os traços imponentes de Munch, do corpo do homem até quase a borda do quadro há a expressão grotesca do caos. Analisando-o pela sociologia de Émile Durkhein, é proposto que em um período de crise há baixa coesão social, desenvolvendo-se, portanto, uma sociedade anômica. Assim, surgem sensações como o medo, que poderá causar patologias sociológicas - como o suicídio.

Entretanto, é preciso ressaltar o porquê de uma anomia. Na pintura, o homem centralizado parece não enxergar e sentir a realidade ao seu redor, o que pode ser interpretado como o desconhecimento e ignorância humanas. Esses sentimentos acometem um período turbulento e como o fato social é exterior e geral, adoecemos como uma "cegueira branca" e essa, certamente, causa o medo. Para exemplificar, há a Influenza A. A falta de conhecimento do vírus desencadeou uma anomia. A baixa coesão social somada com a ignorância humana acarreta sensações apavorantes, que resultam em comportamentos imprevisíveis.

Queremos gritar quando sentimos pavor, porém a "cegueira branca" de Saramago atrofia os nossos outros sentidos. E como produto de uma arrogância antropocêntrica e da anomia social tem-se a ausência de voz. Resta-nos apenas o branco e a catarse Schopenhauriana da infelicidade e incapacidade humanas.