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Lílian Darlene Belotti
Criar Ribeirão Preto

Uma onda para levantar a embarcação

Ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas cada um pode moldar a personalidade pela educação. Soma-se a isso o cultivo simultâneo do corpo e do espírito, e o surgimento do conceito de dignidade do ser humano como pilares humanistas que, aliados aos investimentos materiais, constituem o ponto de convergência dos interesses humanos: a possibilidade de formar futuras gerações aversas à monotonia pública de corrupção, escândalos, analfabetismo e uma sociedade que vive numa armadilha de caranguejos, onde a tampa é aberta, mas um não deixa o outro sair: quem chega à saída é puxado de volta num mecanismo de sobrevivência.

É nesse contexto que a educação, atrelada ao advento das eras de reforma econômica, política e capacidade organizacional no plano nacional, deveria assumir a responsabilidade de desenvolver nos jovens o altruísmo em detrimento do egoísmo. E considerando-se as proporções geográficas e populacionais do Brasil, o país deixaria a "mesmice" ao vincular o comércio e o desenvolvimento a exemplo da China, e a democracia de grandes proporções, culturalmente vibrante, multiétnica e multireligiosa da Índia.

A despeito dos dotes naturais do território brasileiro, antigamente transferidos no Brasil colônia para os países ricos na Europa, mormente Portugal e depois Inglaterra, importamos lixo eletrônico ou tóxico e nocivo à vida, de países europeus. De fato, deixamos de ser colônia para ser nação? Parece que abdicamos o avanço para sermos benquistos no plano internacional. Ademais, o que mantém a economia brasileira é a aristocracia e a estratégia militar de sorrir em todas as direções, ao mesmo tempo "arqueando na direção do vento" e sucursal às superpotências.

Já dizia o educador francês Célestin Freinet que "a democracia de amanhã se prepara na democracia da escola". Assim classes desfavorecidas poderiam ter acesso à alfabetização. E depois, a construção de uma visão de mundo que desse acesso à condição de cidadão teria a finalidade de substituir conceitos desagregados e impregnados de equívocos decorrentes da religião e do folclore.

Funcionar, pois, como um país equânime é garantir que a sociedade, como entidade una, obedeça as diretrizes predeterminadas pela constituição. E isso só será possível quando reformularmos o sistema educacional e a organização sociopolítica para fomentar o espírito social de coletividade e o "Welfare State" brasileiro. Tudo, em detrimento do ser misantropo que, imbuído de egoísmo, tenta ser um arrais à frente da nação que, como os caranguejos, lutam individualmente para sobreviver.