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Patrícia Marteleto Scanavez
Criar Ribeirão Preto

Visão Schopenhauriana

Ao ler Nietzsche - "trata-se de quando se associa, pelo sofrimento, a manutenção do relacionamento que acontece com a manutenção da dor" - descobri o fundamento da amizade. Ela consiste na recíproca descoberta da vileza natural dos homens e, por isso, ela transcende séculos.

Os amigos se orientam, inicialmente, pelo altruísmo e pela empatia. Com uma utopia um pouco que Rousseaniana, acreditamos na felicidade, no amor, na fidelidade. Aquela vontade de se ver, a sensação de que ninguém se conhece de maneira mais profunda do que você e seu amigo.

Entretanto, o tempo para e a visão do perfeito sai de cena e dá lugar à protagonista que nos acompanha pelo resto de nossas vidas: a decepção. E como - assim diria Nietzsche - a continuidade da relação acontece com a manutenção da dor; a agressão recíproca perdura e sentimentos como esse atravessam espaço e tempo.

Quando fui me perguntar qual o interesse humano em obter um amigo, obtive a mais simples resposta: ele torna a solidão uma experiência de comunhão. Por isso, interpreto Schopenhauer à minha maneira: Na visão dele o amor é mera ilusão, uma vontade de sobreviver por meio da procriação da espécie. Para mim, a amizade é ilusória, é um mecanismo para sobreviver acompanhado nessa descarga de "dor infinita" que é a vida.

Então comemoremos!! Passamos o tempo buscando suprimir a infelicidade sendo que ela é inevitável. Trabalho de Sísifo.