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Bárbara Ichyama Mattos
Criar Campinas

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Jovens de vestidos longos e luvas cobrindo sua pele. Rapazes de bigodes, ternos escuros e bengalas. Assim portara-se a juventude de antigamente, cujo principal objetivo era apresentar-se repleto de seriedade e responsabilidades, como um verdadeiro adulto. Hoje, tal cenário transformou-se de maneira drástica. Os jovens portam-se como tais, entretanto, os adultos agora se descaracterizam portando-se como adolescentes rebeldes e "maneiros".

Tal transformação, na sociedade brasileira, teve sua impulsão com o desenvolvimento do capitalismo. Para esse, os jovens tornaram-se o principal mercado consumidor e foco da mídia e das grandes propagandas. Porém, essas evocaram também a atenção dos adultos de atualmente, fazendo perpetuar, cada vez mais, uma sociedade repleta de jovens.

Cirurgias plásticas, exercícios físicos e carros importados, entre outros, levaram a uma geração com corpo de jovem, porém de mentalidade adulta. Apesar da aparência jovem, essa geração, possue um perfil adulto e vida repleta de experiência. Entretanto, com finalidade de apresentar-se como um jovem volúvel, grande parte da geração, passam a desvalorizar toda vivência existente e importar-se somente com o "momento", agindo da maneira inconseqüente característico da juventude.

Essa desvalorização da experiência de vida acaba por criar adultos impossibilitados de reger uma família. Pais incapacitados de orientar seus filhos, preocupados em manter aparência "descolada", incapazes de impor regras e ordem aos seus filhos. E tal falta de organização acaba por obrigar o Estado a tomar providências para frear a juventude atual. Temos como exemplo as leis de toque de recolher, a qual pune os jovens e os pais que não a cumprirem, freando de forma rígida a "juventude" de hoje.

Tais medidas nos revela que a cultura brasileira vem perdendo sua personalidade e sentido. A sociedade passou a cultura a inconsequêcia da juventude e como diz Maria Rita Kehl "...a vaga de "adulto", na nossa cultura, está desocupada". São necessários, para os jovens, pais presentes e preocupados e não companheiros de transgressões. É preciso, portanto, permitir que nossa sociedade envelheça, aceite e encare que rugas são símbolos de sabedoria e não sinônimo de fim.