MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Bruno Silva Maríncolo
Criar Ribeirão Preto

Que vençam os Josés Fernandes

O lixo tornou-se o grande vilão das sociedades, dos governos e das empresas no mundo contemporâneo. Eu poderia, no entanto não vou discutir tanto os malefícios causados por ele quanto o papel de cada setor nessa questão gastando, para isso, muitas linhas acerca dessa problemática. É notável que as Revoluções Industriais trouxeram benefícios, porém contribuíram para aumentar a variedade de produtos descartáveis e não-biodegradáveis. E a partir desse momento é importante que os mais variados setores, como as autoridades, os cidadãos e os educadores assumam seu papel de defensores do meio-ambiente.

É melhor que não se fale nada a respeito da contribuição do sistema capitalista para o aumento da produção de lixo em âmbito mundial. Entretanto é notório que, a partir da 2ª. Revolução Industrial, a geração desse elevou-se proporcionalmente ao tamanho da população. Impulsionada pelo ímpeto por lucro e inovações, das mais simples (sacolinhas de plástico) às mais complexas (computadores), a raça humana criou um excedente mundial do mesmo, que invade e destrói o meio-ambiente para ser armazenado.

Em meio a esse caos natural tornou-se essencial a reciclagem do lixo. A falta de espaço e os problemas trazidos por ele são de responsabilidade das autoridades políticas. E essas pouco têm feito para amenizar essa questão, agravada com enchentes, destruição de ecossistemas e contaminação dos lençóis freáticos pelo chorume. Mas não vou falar dos políticos, eles não merecem muitas aferições. É notável que o papel deles não está sendo cumprido, já que deveriam implantar leis e campanhas para a coleta seletiva, além de promover a devida fiscalização dos locais onde o lixo é depositado.

E os cidadãos e educadores, o que fazem para alterar esse quadro? Os primeiros assemelham-se à fase urbana de Jacinto, da obra "A Cidade e as Serras". Consumistas ao extremo e vislumbrados com as inovações trazidas pela 3ª. Revolução Industrial compram tantas mercadorias que ficam sem saber onde jogá-las. Eles perderam a consciência ambiental. Entretanto o surgimento de "Josés Fernandes" (educadores), pessoas bucólicas e, portanto, ligadas à questão ambiental, tem aumentado. Seja através de ONGS ou por iniciativa própria, elas transmitem o engajamento que possuem aos mais jovens e diminuem o niilismo da sociedade.

O mundo está mudando: aquecimento global, diminuição da biodiversidade, enchentes, poluição das águas e do ar. Mas não falarei disso, afinal são muitos problemas. Cabe a nós resolvê-los, pois vários deles foram instituídos por nós. Para tanto, poder público e sociedade devem se unir em torno dos "Três Rs" (redução, reutilização e reciclagem do lixo). E muito mais que gerar renda entre a população mais pobre, o recolhimento de latas de alumínio, papelão e garrafas PET deve atingir todos os níveis sociais. É preciso que o exemplo venha de cima para baixo (autoridades e educadores). Não vou louvá-los, mas é necessário que os "Josés Fernandes" continuem persuadindo os "Jacintos", na tentativa de atenuar as influências capitalistas e consumistas excessivas pelas quais eles passaram, assim como ocorreu na obra de Eça de Queirós.