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Augusto de Oliveira Goez Cosma
Criar Araraquara

Admirável matrix da caverna

Manhã de 2360, os trabalhadores trocam de turno; a cidade não dorme. O Estado é único. Este é dividido em várias castas intransponíveis. Cada uma compõe as engrenagens de uma grande máquina chamada sociedade, maquinário este controlado por computadores, ou seja, a camada superior, detentora do dinheiro e da inteligência. Este cenário parece só acontecer em ficções, como Matrix ou Admirável mundo novo. Todavia isso está ocorrendo conosco, só que de maneira menos direta, para que não percebamos e para que a elite, possuidora do poder, dite nossa liberdade e controle as regras.

No livro de Huxley, as castas são obrigadas a não se misturarem, a vestirem as cores de sua respectiva camadas e trabalharem para consumir. Atualmente isso também ocorre, mas por diferentes modos. As classes sociais não são proibidas de se relacionarem, mas o preconceito inventado as proíbe. Outro fato é que usamos uniformes para diferenciar os nossos cargos. O consumismo não é uma lei, como no livro, mas a mente leviana da sociedade contemporânea é fácil de ser corrompida: é levada a crer que a importância de uma pessoa é o que ela possui e não o que ela é, por isso, "consumo, logo existo".

Chomsky disse que as massas não são capazes de compreender seus interesses, desta maneira devem entregar seus destinos a uma casta superior. Ele também compara a liberdade da sociedade ao ato de uma criança atravessar a rua. Em primeiro plano, parece-nos que esses comandantes estão se dedicando aos interesses das outras classes. Todavia, em segundo plano, percebemos que eles na verdade estão preocupados em permanecer no poder. Logicamente, não deixamos uma criança atravessar a rua sozinha, mas depois a ensinaremos. Será que a elite está interessada em ensinar a sociedade a atravessar?

Ao que parece não. Como em Matrix, quando notamos que somos meras pilhas para abastecer o maquinário da camada superior, libertamo-nos. Apenas conseguimos notar este controle quando adquirimos conhecimento o bastante; assim é conveniente para eles a ignorância da população, só desta maneira continuarão no poder. Quem se libertou trava uma guerra contra a casta comandante, mas as armadas ainda são desproporcionais, pois aquela ainda possui o poder de massa como arma principal.

Observa-se, assim, que a elite não controla a maioria em favor do bem-estar comum, mas sim visando aos seus interesses. Ela faz a sociedade de marionete, privando-a do saber para que a estabilidade continue. Contudo, torçamos para que se libertem mais "Neos", "Sr. Selvagens" e "Platões", com a finalidade de retirarem a sociedade dessa caverna escura, para que ela não veja só sombras, e sim a realidade de fato.