Como os liquens devem ser as relações humanas. Os fungos absorvem água e sais para as algas e estas, por sua vez, fornecem alimento para a sobrevivência de ambos. A ajuda mútua, assim, atua como elemento sustentador do convício coletivo. Concomitantemente, a responsabilidade social na vida do homem moderno torna-se recíproca à justiça social.

A reciclagem de latas de alumínio já garantiu o selo de empresa cidadã para a Alcan. Como recompensa, a empresa ficou ainda mais reconhecida e, de fato, engordou o preço de suas ações. Da mesma forma, projetos sociais podem ser efetivados em conjunto às especulações produtivas e lucrativas estatais, privadas e até internacionais. O terceiro setor afirma o direito de todos à justiça social e exemplifica a necessidade de garanti-la com atuações que reflitam diretamente (ainda que sutil) na sociedade.

A ONU fragilizada, entretanto, prova o poder de algumas potências fagocitam países menos favorecidos. E ainda, a desigualdade e exclusão de negros, mulheres e pobres; doenças como a Aids no continente africano, o subemprego paraguaio, a desnutrição no nordeste brasileiro, a destruição do meio ambiente, a sonegação de impostos, a corrupção, violência, seguridade social, marginalização, prostituição infantil ficam à mercê do jogo de poderes das elites dominantes e clamam por atitudes que garantam ao menos, condições dignas de sobrevivência às pessoas e ao próprio meio.

O trabalho voluntário, o espírito solidário e a cidadania massificada incentivam empresas, bancos financeiros, escolas e universidades, o comercio, meios de comunicação a realizar projetos que assegurem a dignidade defazada da maioria da população que, com certeza, irá converter tal responsabilidade em produtividade - o principal objetivo. Enquanto isso, os liquens continuam se relacionando de maneira favorável à sua "comunidade" e, eficientemente, cumprem seu papel na cadeia evolutiva do globo.