MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Mariela Pereira Graner
Criar Ribeirão Preto

Integração: esperança brasileira

O livro "Capitães da Areia", escrito por Jorge Amado, retrata a vida de alguns meninos de rua, como Pedro Bala, os quais lutam pela sobrevivência roubando e aterrorizando a sociedade. No entanto, a realidade desses meninos poderia ser diferente se o governo se preocupasse mais com eles, trazendo-lhes perspectivas de um futuro melhor.

Como no livro, hoje, infelizmente, o descaso com as crianças de rua é visível. Elas não são inseridas na sociedade, não frequentam escolas e, muitas vezes, são vítimas de "trabalhos escravos". Porém, não são só apenas essas crianças invisíveis aos olhos dos governantes. A educação infantil brasileira é desastrosa. Muitos chegam ao Ensino Fundamental sem saber ler e escrever. Os livros são mal formulados, as escolas públicas estão em péssimo estado de conservação e, muitas vezes, não há nem cadeiras e mesas para os alunos.

Os jovens, que mesmo que com tal educação permaneceram nas escolas, não conseguem aprender, já que não foram influenciados quando crianças. E para aprofundar ainda mais essa realidade, o governo instituiu uma lei para que o aluno não pudesse repetir o ano letivo, gerando assim jovens com 17 e 18 anos sem capacidade de leitura e interpretação, os quais, isentos da esperança de serem bons profissionais, passam a praticar o vandalismo nas escolas e a reprimir os professores. Com isso, os adolescentes desistem dos estudos e integram-se aos trabalhos informais e às drogas, o que nos faz um dos países mais violentos do mundo.

Além de não trazer perspectivas para os jovens e formar profissionais incapacitados e praticamente analfabetos, o governo não oferece assistência aos idosos. Não é comum vermos ônibus adaptados às dificuldades dos velhinhos e nem programas de saúde e prevenção de doenças, mesmo que essas prioridades estejam no Estatuto do Idoso. Eles são mal atendidos no SUS, abandonados em asilos descuidados, sem receberem uma alimentação saudável e um tratamento digno. Assim, idosos que poderiam ajudar o país, seja fazendo sociais ou contando histórias para as crianças, são esquecidos e excluídos pela sociedade.

Dessa forma, não há como um país progredir se não investir na educação pública, em programas que integrem os jovens ao mercado de trabalho ou em atividades para os idosos. É preciso que os jovens estudem para transformar o Brasil em um país mais próspero, e que os idosos os guiem com sua experiência, e assim poderemos evitar o surgimento de mais Capitães da Areia.