MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Isabella Garbin
Criar Monte Alto

Contos de Fadas

Desde os primeiros registros históricos de país livre, as mais belas e predominantes linhas nessa narração é a constante e honrosa presença de nossa forte e determinada juventude sempre ativos e lutando, ora pelos direitos durante a ditadura, ora por melhorias e um lugar mais digno de se viver, os jovens, aos poucos, conquistaram o "status" de geração transformadora. No entanto, a realidade de hoje pouco remete às páginas brilhantes de nossa história como passamos de exigentes a alienados?

Foi de maneira lenta e gradual que vimos a deliciosa sede de viver dos adolescentes se tornar uma amarga e pálida apatia; e , com tristeza, assistir a manifestações, desfilo de opiniões, antes tão comuns, transformados em raridades. Parecendo não haver "passado", hoje é normal vermos jovens ocupados com seus super celulares ou olhando fixamente para uma pequena tela de computador, tentando derrotar inimigos virtuais, enquanto os monstros da opressão e do desinteresse ficam livres, crescem... E ainda assim não votamos.

Amedrontados ou desiludidos, fomos nos acomodando ao político corrupto, ao policial que abusa de sua autoridade ou à implacável desordem em que nossos sistemas de saúde e educação se encontram.

Motivadas pelo conceito de que "sozinho ninguém muda nada", perdemos nossa força e moral quando são mais necessárias. Escrevendo uma história de submissão ao optar por não votar, fechando os olhos para ao que está errado, não aproveitamos a chance de criar um ambiente realmente propício à mudanças ... e então, nos calamos. Se contos de fadas existissem, poderíamos invocar o espírito reativo da era das revoluções, a mesma que tirou Collor do poder e exigiu "Diretas Já", para contagiar e vencer a inércia da população atual?

É tão perfeito quando é possível. No entanto, o exemplo ainda é o ponto principal para que uma reação aconteça. E é ele que está faltando em nossos dias. Como se a iminência de uma guerra não fosse mais o maior estímulo para a defesa da pátria.

Vivendo uma época de poucos desafiantes para muitos desafios, sentimos a raiva acomodada de uma juventude apolítica, que pouco se importa com direitos e deveres de cidadãos. Esquecem-se, portanto de que são os únicos por meio de uma participação efetiva e a ética... Quanta falta faz esse brado retumbante nesse silêncio de agonia.