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Rodrigo Santana
Criar São Carlos

Força Centrípeta

Nunca vivemos o presente. Estamos sempre à espera do final de semana, do feriado ou das férias. Jamais estamos atentos ao aqui e agora, então pode-se afirmar que levamos uma vida baseada nos princípios românticos. Estamos sempre atrás de mecanismos libertadores da rotina a qual tende a ficar cada vez mais monótona. Temos, pois, o escapismo semelhante àquele dos romancistas.

Os diversos trabalhos mecânicos e repetitivos presente em nossa sociedade são principais fatores desencadeadores desta incansável busca ao escape. Realizar serviços rotineiramente como Carlitos em "Tempos Modernos" e não exercitar o intelecto faz surgir problemas psicológicos brilhantemente caricaturados por Charlis Chaplin .

Elevados índices de consumo de entorpecentes pela nossa sociedade são um claro reflexo da busca ao desligamento do presente. O álcool e o tabaco, como nas obras de Alvarez de Azevedo, aparecem como rotas de fuga aos nossos diversos momentos de tédio e monotonia. As causas podem até ser divergentes mas os meios de desviar deles são os mesmos.

Semelhantemente ao sonho proposto pelo nosso Alvarez de Azevedo, também nos esquecemos do presente por meio dele. Em diversos momentos nos surpreendemos completamente desligados do mundo, sem pensar em nada, como se dormíssemos acordados. Esse é um mecanismo de auto-defesa de nosso corpo - involuntariamente em certas horas do dia é preciso parar um pouco - e, no tipo de vida que vivemos, não sobra tempo para tanto.

Nossa vida é como a órbita lunar ao redor da terra. Nós, como a Lua, possuímos "forças" que tentam sair do constante movimento circular-repetitivo. Porém, estas "forças" - representadas pelas rotas semelhantes às dos românticos - encontram uma força centrípeta que impede o escape. A busca se torna cada vez mais constante mas persiste sendo em vão.