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Fernanda Chiuzuli
Criar São Carlos

SEM TÍTULO

Era um final de tarde, a família Souza encontrava-se mais uma vez reunida para comemorar a tradicional festa " Souza´s" que anualmente ocorria reunindo todos os entes do bisavô Laerte. Filhos, filhas, noras, genros, netos e bisnetos, todos presentes na confraternização que perlongava das oito da manhã e só teria fim na manhã seguinte. Porém, ao final do café da tarde. Castelo, filho de Laerte e Amélia, ciente da idade do pai e temendo ser esta a última festa Souza´s a qual esse poderia presenciar, propôs a todos da família tirar uma fotografia de recordação desse momento único.

Somavam-se quarenta e duas pessoas, Castelo, dono da máquina encarregou-se de posicionar os integrantes na foto. Não disfarçando sua típica ansiedade, advertia a todos.

- Vamos!?! Sem mais demoras! Quero essa foto ainda hoje! Vai, Cláudia - gritava para sua irmã - coloca a Larissa perto do Leo.

Decorridos alguns minutos, todos estavam organizados por faixa etária e estatura. Prontos para a foto, Castelo ofertou a câmara:

- Pronto, agora é só tirar a foto! Quem pode fazer esse favor? - nada de voluntários.

Assim, tendo todos o interesse de aparecer na foto, inclusive Castelo, houve a inexistência de um fotógrafo iniciando um grande dilema: quem tiraria a foto?

De início optaram por inúmeras soluções democráticas, sendo a votação a primeira delas. Carlinhos, o mais novo dentre todos, foi escolhido sob argumentação de que devido a sua baixa estatura não iria destacar na foto. Esse, com lágrimas nos olhos, logo se opôs:

- Ah, não! Eu também quero participar da foto, isso não é justo - e logo correu chorando em direção a sua mãe.

Comovidos com a injustiça que haviam cometido, optaram por um sorteio. Castelo fora o sorteado reagindo de forma egoísta a essa situação:

- Magina! É muita folga, além de emprestar a máquina ainda querem que eu fique fora da foto? Nunca! Se eu não for sair no retrato eu não empresto a máquina.

Dessa mesma forma, sucessivas escolhas foram feitas, Cláudia, João, Márcio e nada de alguém aceitar a árdua tarefa de se tirar um foto. Depois de percorrido uma meia hora de discussões e até choros, surgiu um inusitado voluntário: o bisa Laerte. O bisa levantou-se com toda sua dificuldade e dirigiu-se a todos:

- Deixem que eu tire!

Logo inúmeros opositores surgiram argumentando que ele era o único que não deveria deixar de aparecer, mas Laerte logo argumentou:

- Pessoal, depois de todo esse acontecimento, não há necessidade de que eu apareça na foto para ser lembrado, afinal quando olharem essa foto lembrarão que quem tirou fui eu. Faço questão.

E foi isso o que aconteceu: Laerte tirou a foto e como o esperado, esta tornou-se inesquecível, tanto pelos acontecimentos anteriores a ela como pela tremor do retrato, resultado das limitações da idade do fotógrafo.