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Nasser Nasbine Rabeh
Criar Ribeirão Preto

Brasil, um país de tolos

O romantismo foi um período artístico em que a emoção se sobressaia à razão, que esteve associado ao recém descoberto nacionalismo e a busca por uma identidade. Em contra-partida, surgiu o realismo, fase em que pintores e escritores passaram a olhar a sociedade de forma crítica, fazendo da razão e da análise dos comportamentos seus principais norteadores. O brasileiro se porta feito um meio ecótone, na transição entre dois ambientes, entre duas vertentes, motivados pelas situações econômicas e sociais em que inserem.

O ufanismo surge a partir de visões românticas da sociedade e a exaltação da pátria está intimamente ligado ao momento em que vive. Assim como foi com Getúlio, com Juscelino, está sendo hoje, o Brasil vive um momento de apogeu econômico e superação em meio à crise. Socialmente, é sabido - principalmente através do horário político - que muitos saíram da linha da pobreza e que programas como Bolsa Família mudaram vidas. Enfim, com tais olhos emotivos exalto meu povo e, principalmente, meus governantes pelo bem à nação: Brasil, um país do presente!

O complexo de vira-lata surge de visões realistas da sociedade. Assim como foi com Getúlio, com Juscelino, a dívida eterna cresce - não basta apenas pagar o FMI - e os ganhos econômicos continuam restritos a pequenos grupos empreendedores e governantes. Socialmente, vivemos um colapso, pois o sistema de saúde está em ruínas, o sistema educacional público idem, além de programas assistencialistas que visam a tapar tais fossas de subdesenvolvimento, sem nenhum tipo de melhora a longo prazo. Com tais olhos racionais sonho com um momento melhor: Brasil, um país do futuro!

Essas visões antagônicas surgem a partir do universo que cada indivíduo está inserido. É facilmente perceptível por meio das eleições e dos políticos picaresco ambas as visões, sendo que a primeira está relacionada ao próprio governo, e a segunda ao governo alheio. O erro é que tal discrepância não vem de modo a melhorar os padrões sociais da sociedade, mas sim para atingir o oponente como forma de politicagem baixa e suja. E isso reflete na população, em que os riscos se sentem românticos e exaltam o momento, e o pobre realista, mesmo com algumas pequenas melhoras, continua na mesma situação.

É muito difícil combater esse realismo ufanista ou rebaixista da sociedade, pois faz parte do momento em que cada um se insere. Uma melhora surgirá a partir do momento em que começarmos a ver com olhos ponderados, críticos e alheios às politicagens eleitoras a situação a nação. Dessa forma, teríamos consciência política e social para agir e votar em representantes que privilegiem as necessidades do país e não a guerra por votos. Devemos fazer desse ambiente ecótone um incentivo à visão crítica de ambos os lados, de modo a permitir alguma melhoria, e não continuar nos portando feito tolos, radicais cegos e apáticos.