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Marcella Borasque de Paula
Criar Franca

De Leonardinho a Pedrinho

Recentemente foi aprovado o projeto de lei que bane qualquer tipo de agressão física como argumento para a educação dos filhos. O fato foi um alívio para pedagogos e psicólogos. Contudo, a maior parte dos pais considera a agressão como a única forma de mostrar à criança o que é correto. Será que a cicatriz física e psicológica é realmente necessária para a educação?

Leonardinho, personagem de Manuel Antônio de Almeida, ilustra como um simples pontapé pode deixar marcas para a vida toda. Tais marcas não se referem apenas à estética corporal, mas também, ao descaso dos pais com filhos que elas podem representar. A personagem não modifica seu comportamento após o ato, ao contrário, guardou mágoas em relação à violência sofrida.

O argumento utilizado muitas vezes por pais defensores do castigo corporal refere-se à imposição de respeito. Tal visão é uma maneira errônea de adquirir a superioridade em relação aos filhos. A história da família de Leonardo Pataca poderia ter tomado diferentes rumos se fosse consolidada no diálogo e carinho ao contrário das agressões.

Monteiro Lobato idealizou, no "Sítio do Pica Pau Amarelo", uma família com valores a serem seguidos. As doses equilibradas de afeto, diversão e cultura tornaram as crianças do sítio verdadeiros exemplos. Nenhuma lei será capaz de uniformizar a educação de nossas crianças, no entanto, ela é necessária para mostrar a existência de demais caminhos nesse processo.

Pedrinho e Leonardinho jamais se conheceram. Conquanto, sabemos que juntos, seja no tempo do rei ou da velha república, os garotos iriam saber divertir-se com toda a pureza da infância. O papel do Estado é assegurar que os direitos da criança e do adolescente sejam respeitados em qualquer circunstância, até mesmo dentro de casa. O respeito pelos pais e o bom comportamento são consequências de uma educação baseada no diálogo e na orientação.