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Emerson Issamu Moniwa Seo
Criar Campinas

Pandora e o boticário

A sociedade contemporânea transformou as relações humanas em jogos de interesses, instrumentos para benefícios próprios, houve a banalização, maquiamento dos sentimentos. Assim, os homens tentaram se transformar em pseudomáquinas, as quais têm como funções o êxito profissional, econômico enquanto o sentimentalismo, o simples ato de abraçar, dizer obrigado: são guardados no fundo da memória e, para serem utilizados, necessitam de ajustes mecânicos.

Por isso, datas especiais como Dia dos Pais, das Mães, Crianças, namorados representam estes ajustes. Durante um efêmero momento, retornamos à essência do homem: a capacidade de mostrar carinho, afeto, solidariedade a um ente querido. Logo, essas datas foram criadas para amar, mesmo que momentaneamente, o difícil da subjetividade, sentimentalismo gerado pela mecanização das ações humanas.

Entretanto, após a breve duração da humanização, há o retorno da programação - a preocupação com a alta da bolsa, ou o cumprimento da meta de vendas ao final do mês... E, assim, as relações retomam seu caráter superficial, frio, calculista. Logo, o lado humano é guardado no chip ( o qual um dia chamou-se coração) e, posteriormente é reutilizado, ou seja, na próxima data comemorativa.

Portanto, uma nova data deveria ser criado: " O Dia da Pessoa" para nos lembrarmos, não somente de uma figura específica, como pai, mãe, professor, mas de toda espécie, o qual, mesmo tentando se transformar em uma máquina, ainda é um ser humano, o qual, em seu íntimo clama por um abraço aquecido, um elogio sincero.