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Laís Yumi Yamada
Criar Campinas

A Fuga para o Equilíbrio

As geleiras dos picos montanhosos repousam sem vida no inverno e só com o calor do verão derretem, correm pelos rios, irrigam as terras e chegam ao mar, onde evaporam, chove e de novo se forma o cobertor sobre os altos relevos. De forma análoga, a vida também apresenta uma sequência de processos que compõem um ciclo característico. Este, porém, tem uma especificidade responsável por manter seu movimento constante e agir como uma força motriz da existência humana: a atuação da fantasia na realidade social.

Nesta situação, por conseguinte, existe a necessidade deste escape lúdico para compensar a sensação de sufocamento que ameaça a existência, que parece estar circundada por água. A estrutura complexa da vida amedronta a consciência, que não a entende de forma plena, e encurrala o ser em meio a grandes tempestades. Para não morrermos afogados e nem desviados do fluxo de água, precisamos recompensar este aspecto negativo por meio de fugas mentais para amenizar tal sofrimento. Por isso, os sonhos nos reequilibra e serve de suprimento de novas fantasias, ele é uma referência psicológica que nos ajuda a distinguir o real do imaginário.

Por quanto nem sempre a imaginação atua como sistema compensatório, a outra parte dela é necessária para o nosso desenvolvimento emocional. A resolução de algum conflito por ser previamente ensaiado na mente. A calma e a distância física e temporal da preposição ajudam na formação de melhores estratégias e no desenvolvimento do auto-controle. Esta reflexão sobre os problemas propicia a construção de um olhar mais amplo sobre os rumos escolhidos, cuja decisão diferencia o seu ciclo do típico comum processo que é característico de cada grupo social.

E, por mais amplo que seja o alcance da imaginação, é sua infinitude que induz o homem a compreender pelo menos alguns limites que contornam a existência humana. Nesse jogo de gostos, a mesma fuga que distancia o indivíduo da bravura da água, também o mantém inserido na realidade. Se houvesse desconexão entre estes campos mutualísticos, haveria uma força alienadora que poderia criar uma realidade paralela - que engana e confunde o homem - desviando o ser de seu curso natural para longe da força motriz que dá a vida.