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Lays Dias da Silva Santos
Criar Ribeirão Preto

O sonho não acabou, infelizmente.

O mundo em toda a sua história sempre foi movido por sonhos e desejos da sociedade expoente. Saímos da idade da pedra, porque alguém sonhou em deixar de ser nômade; saímos do feudalismo, porque algum comerciante sonhou lucrar e melhorar sua condição de vida, quase saímos do capitalismo, porque alguém sonhou com um mundo mais igualitário. Entretanto a ordem vigente pós guerra fria foi estruturada para cobrir manifestos que possam prejudicar sua estrutura, o produto disso é a alienação, transparecendo uma falsa impressão de que todos estava vivendo uma "belle epóque".

Desde a revolução industrial, as manifestações e revoluções populares são feitas majoritariamente por jovens. Isso não é mera coincidência. A criação da linha de produção, tanto dentro da fábrica como no âmbito psicólogo do individuo, torna o trabalhador cada vez mais alienado conforme a passagem dos anos. Nessa lógica, quanto mais novo o trabalhador, mais contestador ele é, pois ainda não o foi totalmente introduzido ao sistema.

Contudo, a vida pós moderna, como alguns sociólogos gostam de dizer, conseguiu quebrar essa regra, acelerando tal processo de alienação, através das tecnologias da terceira revolução industrial. "Video games" e internet principalmente tomaram um efeito difuso na nossa geração. Jovens no final do século XX não sabiam quais causas "abraçarem", o bem comum deixou espaço para o bem individual, as relações se tornaram liquidas, bem como as utopias, dando uma falsa impressão de descaso com a realidade.

O interessante é notar que após a primeira década do século XXI tal geração está conseguindo se articular a favor de causas mais objetivas. A revolução de Jasmim no Oriente Médio é um exemplo disso. "Black berys" redes sociais ajudaram a população jovem e adulta a discutir e tomarem decisões sobre o seu país. Segundo o mesmo modelo temos, as manifestações chilenas para a melhoria na área da educação, a indignação dos jovens norte americanos em relação a "wale street" e sua irresponsabilidade para com a crise mundial, contra a homofobia em todo mundo, entre tantas outras causas.

Dizer que estamos no fim da utopia é uma falácia. Os jovens da atual geração apenas precisam de um tempo para se articularem e entenderem o sistema e contra o que lutar. Só se acaba com um sonho, por mais irreal que seja, quando este é realizado e, lastimosamente, apesar de todas as manifestações da tão turbulenta era das utopias, os jovens daquela época não chegaram perto de executá-las com sucesso. O sonho não acabou, infelizmente.