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Mariela Pereira Graner
Criar Ribeirão Preto

Cuidado, Walkers! Williams dirigindo!

O homem comum é uma criatura de hábitos estranhos e peculiares. Tomemos o Senhor Walker como exemplo. O Senhor Walker mora em um bairro tranquilo de pessoas descentes. É considerado um bom cidadão e de inteligência razoável. É um homem gentil, amável, pontual e honesto. Possui um automóvel e se qualifica como um bom motorista. Mas quando ele pega no volante acontece um fenômeno inexplicável: o senhor Walker se deixa levar pelo poder da máquina e se transforma em Senhor Willian, o motorista diabólico.

"Saia da frente, estou com pressa". Essa é uma frase ouvida por todos diariamente na guerra atual chamada trânsito, na qual morrem quase 35 mil pessoas por ano. São muitos os senhores Willians que saem nas ruas esquecendo-se de que há outros séculos e também pedestres convivendo no mesmo espaço público e, devido a isso, acidentes nessa condições é o segundo maior problema de saúde pública do país. Nosso Código Brasileiro de trânsito é um dos mais completos do mundo, porém, de que adianta ter leis e mais leis se a fiscalização continua precária e os motoristas persistem em burlar tal código, por exemplo, não usando cinto de segurança e nem capacete, burlando sua própria vida?

E essa transformação que ocorre quando homem "gentis", principalmente jovens Walkers, entram nos automóveis é ainda mais intensa quando aqueles estão alcoolizados. Cotidianamente, vemos notícias de pessoas embriagadas dirigindo em alta velocidade e causando sérios prejuízos a outros cidadãos. Por exemplo, há alguns meses em São Paulo Marcelo Lima, após ingerir bebida alcoólica, dirigia seu Porsche a 116 Km/h quando bateu no carro da advogada Carolina Menezes, matando-a. E antes mesmo de ela ser enterrada, ele já tinha sido retirado da prisão. Assim, continuamos libertando os violadores da lei e punindo as vítimas, as quais, na maioria das vezes, são eternamente aprisionadas no mistério chamado morte.

Devido a essa triste realidade de mortes no trânsito em proporções bélicas (95 pessoas por dia), o Brasil adotou a Lei Seca que penaliza quem estiver dirigindo sob influência de uma determinada quantidade de álcool. Em um primeiro momento, tal lei diminui sim o número de pessoas bêbadas ao volante, contudo, com a pouca fiscalização e a grande falta de respeito e de consciência do povo, os números voltaram a subir e a taxa de mortos também. Dessa forma, com a falta de sucesso da Lei-Seca, o governo do Estado do Rio de Janeiro iniciou a Operação Lei-Seca que tem caráter preventivo e age com policiais mais preparados fiscalizando e com uma ação educacional. Só com atitudes políticas permanentes esse quadro de insegurança no trânsito poderá ser mudado e os senhores Willian, unidos.

O homem comum é uma criatura que enfrenta batalhas diárias no trânsito. Tomemos o povo brasileiro como exemplo. As pessoas não tem certeza se podem passar no sinal verde, pois outro motorista irresponsável pode estar avançando o sinal vermelho da outra rua. Os pedestres não tem certeza se estarão a salvos andando pela calçada, pois um motorista embriagado pode perder o controle do carro e atropelá-los. Assim, por causa desse fenômeno inexplicável, muitos Willians tira a vida de Walkers e, diferentemente do desenho "Pateta no Trânsito", seus carros não são guinchado e nem aqueles são punidos. Sejamos amáveis, honestos e de inteligência razoável. Dirijamos com cautela.