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Mariana Antunes Davi
Criar Campinas

Obrigatoriedade Democrática?

O voto não é um direito, mas, sim um dever. O direito é exercer sua cidadania de participação em prol do desenvolvimento e melhoria do meio vivente. A prática de exposição de uma opinião é o dever que garante esse direito. Assim, não é o voto que faz com que o brasileiro exista.

Várias urnas, voto e logo sou cidadão, certo? Errado. O simples ato do apertar o botão do futuro não legitima um cidadão. E não venhamos dizer que dar esmolas, não jogar lixo no chão exemplificam as funções desse papel. Na Grécia - berço da democracia -, cidadão era aquele que exercia o poder político. Entretanto, com fomentos como a "política do café com leite", o "voto de cabresto" e a censura da ditadura, foi modificada a idéia de cidadania para o brasileiro. Hoje, ela é baseada no simples ato de escolher um representante, enquanto, deveria exigir uma análise antes da escolha e, posteriormente, o exercício do poder cobrando o que é devido à nação.

Nesse contexto, é possível constatar que, apesar dos brasileiros serem obrigados a votar, nem todos "garantem a sua existência". Mesmo havendo um pequeno quinhão de intelectualidade politizada no Brasil, suas vozes atingem a poucos, e, na verdade, a maioria encontra-se calada são aqueles que exercem o que chamam de "cidadania", mas não têm o que dizer sobre quem é eleito ou candidato nas eleições. Ainda assim, somos obrigados a votar, pois, mesmo não garantindo uma nação politicamente evoluída, a obrigatoriedade exprime a vontade da maioria. É o jeito torto de manifestar uma idéia torta de democracia.

Nesse ínterim, o voto não garante a cidadania nem a voz do cidadão. O fato de existir implica também em agir, se todos e buscassem cumprir seus deveres a obrigação de votar seria apenas um detalhe disperso no grande processo político e social. Com isso, seria possível selar o fim do paradoxo em que vive o Brasil em oposição a certas partes do mundo, como o Egito e a Líbia enquanto alguns lutam pela liberdade democrática, outros são "obrigados" a viver a referida democracia.