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Isabella Cristino
Criar Ribeirão Preto

(In) Vestido

"A questão da terra brasileira denuncia a "indiofobia" vivenciado hoje, no qual acredita-se que os índios sejam, como Eliane Brum definiu, os „invasores do mundo alheio" Esse pensamento caracteriza a visão caolha de muitos brasileiros, que ignoram suas origens culturais em prol do "progresso" e do investimento. Mas, afinal, qual seria o verdadeiro progresso: despir o português ou vestir o índio?

O Brasil de Macunaíma com sua cabeça pequena, não vê o índio como bravo ou forte, mas como um empecilho dos investimentos e ao progresso. Essa tribo tão atrasada acredita que o progresso consiste em vestir os índios ou até marginalizá-los, destino terras ao agronegócio a essencialidade da terra tanto para a cultura quanto para a vida indígena. Os espelhos, antes concedidos aos índios, deveriam ser devolvidos aos portugueses, no caso aos brasileiros, para que vissem suas histórias e refletissem, despindo-se da ignorância nessa busca incessante pelo dinheiro.

A ideia de que o poder está na terra, desde as capitanias hereditárias, perpetua sobre a mente aristocrata - salvo raras exceções, que veste o índio de "vagabundo" e com a sua "missão progressista" abre estradas de terra invadindo vida, tradições e exclui - até mesmo por meio da política com a bancada ruralista- aquele que lhe deu banho, comida e nome. Infelizmente esse erro de português não foi corrigido pelos brasileiros que colocaram um ponto final na questão da terra: not tupi: Esse pouco de índio que "todo mundo" tem é visto com desprezo por caolhos que só conseguem ouvir um "Ai que preguiça" dos guerreiros filhos da morte. Essa visão distorcida que dissemino como peste impede que o mais simples, o respeito, seja visto como o mais importante.

Os investimentos na terra impedem que a questão do "despir ou vestir" - seja solucionado da maneira mais simples: com respeito; cada cultura vivendo com suas liberdades sem que essas se interfiram. O verdadeiro progresso consiste em alcançar e respeitar a cultura indígena que representa tanto do passado histórico do Brasil, transformando, assim, aquela cabeça pequena, de criança, em uma cabeça adulto e maduro.