Assim como, Paulo Honório, personagem escrito por Graciliano Ramos, podemos observar que há pessoas com capacidade e força de vontade em vencer na vida, mesmo que, sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma ajuda.

Mas o autor, deixa claro, o quão difícil é esta saga. São Bernardo era propriedade de Padilha, herança deixada pelo seu pai; Salustiano. Este, mesmo com todas oportunidades que lhe foram cedidas, sempre hesitou em aproveitá-las.

Hesitou tanto, que teve que hipotecar a fazenda, para o oportuno e valente Paulo Honório. Esta realidade é evidente ainda hoje na sociedade de consumo, é gritante ver que ainda há muitos: Padilhas (S.B), Macabéias (H.E), Luizas (P.B), Fabianos (V.S).

A igreja e o governo têm muita culpa nestes aspectos. A igreja por pregar o conformismo e o governo o assistencialismo. Isso gera dependência e submissão em pessoas menos instruídas que acabam esquecendo ou tão pouco enxergando as oportunidades.

Fome zero, cotas para negros, sede zero vem para demonstrar a mediocridade, sem contar a burrice de nossa sistema, pois, o país que mais exporta alimento e tem as maiores bacias de água potável do mundo jamais poderia passar por tais necessidades.

Um copo d’água não alivia a secura do nordeste, mas a transposição do Rio São Francisco; sim. Uma vaga na faculdade não alivia a dor de 400 anos de escravidão, porém uma educação igualitária quebraria os preconceitos e abririam os mercados.

As pessoas estão fartas de receberem ajuda e esmolas, todos querem oportunidades, pois, vontade e força não faltam para estes filhos da nossa pátria, mãe gentil.

Está na hora de rompermos esta, linha tênue, que desde a colonização aflige nosso povo. Os europeus queriam apenas ajudar o Brasil a crescer, e com isto, levaram nossas riquezas naturais metais preciosos e como recompensa trouxeram sífilis e gonorréia além da discórdia e ganância, para os puros nativos.