A língua de um povo é sua digital. No Brasil, no entanto, esta se utilizando o português para fins diferentes. Neste país de contrastes, ela vem se tornando um meio de exclusão social. A má qualidade das escolas públicas e o método de seleção para as universidades desencadeiam o processo de marginalização que se completará com o desemprego.

O ensino da Língua Portuguesa nas escolas públicas, assim como todo o aprendizado, pode ser denominado calamitoso. Os educadores, estagnados no tempo, não buscam aperfeiçoamento. Em troca de um salário irrisório, preferem enganar a ensinar.

Os alunos oriundos desse monstruoso cenário competirão por uma vaga nas universidades. E para piorar, os seus adversários advindos de escola particular, têm uma realidade bem diferente e muito melhor do que essa. Assim, a disputa é injusta e, majoritariamente, os segundos vencem e os primeiros desistem dos estudos.

Mais tarde, eles voltarão a se encontrar. Agora, concorrerão a um emprego. Muitas empresas utilizam redação e testes sobre Língua Portuguesa como meios principais para a seleção. Além disso, a entrevista é de suma importância e uma boa linguagem é imprescindível. Mais uma vez, o aluno que não teve acesso ao nível superior é derrotado. Excluído do mercado de trabalho, parte para a criminalidade.

A dicotomia social mostra-se também como desigualdade educacional. Isso tem causado uma nova forma de excluir a classe que não teve acesso a um bom aprendizado da Língua Portuguesa.