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Maria Paula Simões Lima
Criar Franca

Nos ombros do gigante

Constantemente o homem indaga-se a respeito de suas criações. E, um dos maiores mistérios está no tempo. Aliado e inimigo, amigo e traidor, esses são paradoxos definidores dessa palavra ainda indefinida. Em frações de segundos o tempo forma o passado e o presente e atrai o futuro. A complexidade de sua existência causa inquietações nos seres humanos. Esses, talvez, se diferem dos demais animais por terem abstraído esse conceito tão filosófico.

Muitos acreditam que o passado é fundamental nesse conjunto de idéias. Mesmo ele podendo ser manipulado de acordo com alguns interesses, constitue chave mestra à continuidade da vida. Com ele, aprender-se-iam caminhos menos tortuosos. O presente seria menos trágico. Cabe, aqui a citação da frase cantada por Renato Russo "Escuridão já vi pior.."

Há outros, entretanto, que compartilham do pensamento do presente como elemento essencial e, em alguns casos, único da vida. Movidos pela velocidade moderna, crêem que "olhar para trás" causa retrocessos. Cazuza diria: "o tempo não pára." Por isso, desapegar do passado e viver intensamente o presente seria a melhor opção, mesmo que isso resultasse em conseqüências severas. Afinal, o futuro seria o próprio presente.

Existem ainda, os que se preocupam com o futuro. Constroem suas vidas em função do que será, do que está por vir. Vivem momentos na esperança do que podia ter sido e que não foi. São empreendedores, mas nunca chegam à satisfação plena, pois o futuro é constante e inatingível.

No presente, permanecer sobre os ombros do grande gigante comporia uma saída às inquietações humanas. Nos ombros do passado, nossa capacidade de visão seria maior que a dele próprio, vislumbraríamos soluções e travessias inéditas para o presente, mas sim nos esquecermos de que assim, atrairíamos o futuro. O tempo, por constituir-se de tempos quase simultâneos, não poderia ser fragmentado com maior importância ao passado, ao presente, ou, ao futuro.