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Júlia De Stéfani Cassiano
Criar Ribeirão Preto

Maternidade ameaçada

O momento mágico da trajetória de toda mulher é a concepção de vida em seu interior. A gravidez é o bem mais valioso que foi concedido a essas como se a natureza as escolhesse pelas suas qualidades: cuidadosas, atenciosas e doces. Porém, há aquelas - "barbies capitalistas" - que, por só pensarem em dinheiro e na efêmera busca do prazer, tornam-se "workaholies" e consumidoras de drogas. Assim prejudicam e deixam de aproveitar a alegria do crescimento do pequeno fruto em seu ventre.

A Terra, envolta em uma placenta azulada, também sofre do mal de ter uma mãe desinteressada em seu desenvolvimento. Nós, mães desse planeta, fomos moldadas pelo sistema capitalista. As drogas que utilizamos, como inseticida e agrotóxicos, contaminam a fauna e flora; o consumo desenfreado de nossa sociedade esmaga o meio ambiente com toneladas de lixo, e as ambiciosas indústrias desmatam florestas e lançam na atmosfera gases poluentes.

Nosso desrespeito com a maternidade provoca no embrião azul desastrosas conseqüências. Atualmente, a população mundial se aflinge com o típico aquecimento global. Fruto do excesso de gases estufa - dióxido de carbono e metano - expelidos por indústrias, automóveis e termoelétricos, ele é tido como o responsável por inúmeras catástrofes naturais. Furacões devastadores, derretimento das calotas polares e avanços das áreas desérticas são alguns dos exemplos.

Em nosso útero, o planeta em formação se desfaz, desmancha-se e, como em pedido final de socorro, nos atinge brutalmente. Sua tentativa é mostrar a nós, mães individualistas, que nossos atos contra nosso filho também nos fazem mal. É então que surgem pessoas adebtas do biocentrismo, ou seja, mães preocupadas as quais passam a valorizar seu bebe para melhorar suas qualidades de vida. Os países assinantes do Protocolo de Kyto, as Ongs e instituições, as quais lutam afim de diminuir os agravantes do aquecimento global, são exemplos dessas mães dedicadas que abandonaram o antropocentrismo.

A lógica capitalista fomenta nosso desrespeito à natureza, cujas riquezas são tidas por nós como fontes de lucro fácil e certo. Nós não refletimos sobre os efeitos trágicos causados por nossos hábitos à vida humana e do meio ambiente, nem mesmo que estamos destruindo nosso lar, nosso planeta. A esperança do frágil embrião, chamado Terra, é que nós percebemos a interdependência entre mãe e filho antes que o cordão umbilical, o qual nos une - a natureza - seja rompido.