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Mariana Martins Ferreira
Criar Ituverava

Mar Branco e peixinhos pretos

Uma viagem na qual descobrimos algo sobre nós mesmos até então desconhecido e de onde voltamos, de alguma forma, mudados - a leitura nos transporta sem que saiamos da poltrona. Basta mergulharmos no mar branco de peixinhos pretos que é o livro, atentando não só para a bela superfície de brilho intenso, mas procurando sempre o fundo desse mar. O real conteúdo lá está.

Na época da ditadura, quem não ficou paralisado, maravilhado, ao ler Drummond, com sua flor furando o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio - quantos não descobriram em si esperança? Tantos outros, em época anterior, abandonaram o racismo ao ler Martim Luther King. Todos eles, como cada leitor, capturados pelo poder da leitura, viajaram, descobrindo-se.

Com um livro, viajamos ao Oriente Médio e conhecemos essa sociedade, como em "O livreiro de Cabul". Também com um livro, podemos sentir a secura de nosso sertão e a dor de uma família de retirantes, entender sua situação, como em "Vidas Secas"; ou até mesmo viajar com Gulliver e o Pequeno Príncipe a lugares e planetas imaginários. Essas experiências, somadas às nossas, ampliam nosso horizonte de percepção do mundo.

Também é papel da leitura informar. Contudo, a informação pode ser, muitas vezes, manipulada de acordo com os interesses do autor. Dessa forma ele induz o pensamento ao leitor desatento. Sendo assim, cabe ao leitor ler as entrelinhas, buscar no fundo do texto as reais intenções deste, além de sempre buscar outras fontes.

Assim, seja nos identificando com uma obra ou viajando a mares por nós "nunca dantes navegados", como ainda descobrindo nossa própria personalidade, a leitura mostra-nos sua força. Proporciona-nos experiências essenciais na formação de quem somos e como vemos o mundo, dado o seu poder de transformação.