MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Mariana Martins Ferreira
Criar Ituverava

Devorando o engajamento

Em uma pequena cidade, um grupo de adolescentes, após discutir questões ambientais em sala de aula, atentou para um problema sério: seu município não realizava coleta seletiva. Essa atividade, além de ajudar o meio ambiente, gera cooperativas e empregos. Foram, então, à luta para implantá-la, encabeçando um projeto concluído graças ao apoio de seus pais e professores.

Isso prova que a juventude de hoje tem sim capacidade de se engajar em questões importantes. É o chamado protagonismo juvenil, no qual o jovem realiza ações para melhorar a vida da comunidade como um todo. Aprende a ter iniciativa, consciência e responsabilidade social. Contudo, o apoio adulto é vital, seja no auxílio em questões burocráticas ou no despertar dessa atitude, no incentivo a tais ações.

Quando esse apoio é ausente, o protagonismo pode não se manifestar. Ainda mais com uma velhice carrancuda, como a de hoje, que parece desacreditar no potencial juvenil. Parece até não querer que ele floresça, pois o jovem, assim, se tornaria mais cidadão que o próprio adulto, superando-o de certa forma. Cabe aqui comparar a velhice a Saturno, do quadro de Goya, que devora seu filho, com medo de ele se tornar mais poderoso.

É assim que a adolescência torna-se sinônimo de alienação, desinteresse para com o mundo, preguiça de agir visando ao bem comum - egoísmo e descaso. Quando, na verdade, seu potencial de realizar mudanças, como a coleta seletiva, é imenso, pois sua mente é fresca, fértil e aberta.

Dessa forma, o protagonismo juvenil, atitude louvável e engajada, precisa do suporte dos mais velhos que floresce o potencial dos mais novos. Os adolescentes realizadores de boas ações não devem ser devorados, mas engrandecidos, tomados como exemplo. Isso porque sua atuação é essencial em um mundo como o nosso, carente de cidadãos de todas as idades colaborando entre si a fim de tornar a existência melhor e mais bela.