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Alice Gadotti Yasuda
Criar Franca

Poesia camoniana

As atrocidades que estampam nossos jornais não me fazem refletir sobre a violência. Elas colocam em xeque um conceito universal: a felicidade. O famoso clichê de que todos nós vivemos em busca desse sentimento perene, que nos traz a paz, parece-me tão frágil quanto o que vejo na TV: famílias que se destroem em uma janela.

Afinal, a felicidade não é marcada pelo amor recíproco dos seres humanos? As pessoas se escravizam para conquistar um belo corpo, batalham para adquirir um bom "status" na sociedade, para se sentirem mais dignas da aceitação dos outros. Eu sou assim, e quem não é? A nossa luta incessante pelo bem-estar remete a um pseudo alcance da felicidade.

Quando um pai tira a vida de um filho, ou então um político age de forma antiética com seus eleitores, eles estão direcionados contra essa reciprocidade. Logo, a felicidade estaria na individualidade e no egoísmo. Essas pessoas que agem de forma maquiavélica (na qual os fins justificam os meios) buscam uma vida sem problemas, mesmo que, para não tê-los, seja necessária a quebra dessa coerção social. Os valores como a riqueza e o poder estão cada vez mais fortes.

O dinheiro é necessário, pois sem ele é impossível sobreviver no meio capitalista. E a ambição é saudável, porque crescemos quando colocamos metas a serem cumpridas. Porém, esses fatores não estão nem perto de uma fórmula da felicidade. Para mim, essa conduta tem como resposta o prazer. Porque nós somos, alguns mascarados e outros escalafobéticos, todos bipolares e nos alternamos em momentos de prazer e sofrimento.

O padrão exposto da felicidade (com o consumo, o sucesso e a estrutura social) é uma prisão invisível. A cada nova "meta" alcançada, existe uma mudança do padrão. Sentimos um prazer que logo se torna frustração. É um contentamento descontente. Então, a felicidade plena não é alcançada e o sofrimento se sobrepõe. Agora, ou eu me contento com esse círculo vicioso, ou compro logo um livro de auto-ajuda.