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Júlia Wicher Marin
Criar Araraquara

Realidade onírica

O mundo dos contos de fadas é caracterizado como algo perfeito, "cor-de-rosa". Crianças de todas as nações sonham viver nesse reino de fantasia e mágica, onde tudo é possível, onde não há limites para a imaginação. Meninas são princesas, e meninos são heróis. Para eles, o mundo é uma quimera.

Todavia, essa ilusão não dura para sempre. As crianças crescem e abandonam seus sonhos, ideais e fantasias que se encontram guardados nos baús da inocência. Esses sentimentos são substituídos pelo pessimismo, alienação e ceticismo. As pessoas acostumam-se com o mundo em que vivem e ficam com as bocas abertas esperando alimento. Ficam esperando porque sabem que ele virá; não é necessário esforço.

Essa acomodação está se tornando cada vez mais intensa devido a um problema maior. Inúmeros políticos utilizam o poder em benefício próprio através de infindáveis campanhas assistencialistas (mais uma versão do "Pão e Circo", talvez?). Assim como Bentinho deu esmola a um mendigo para ter seus desejos atendidos, nossos dirigentes também fazem a política de troca de favores. Ao invés do mendigo, o povo e, no lugar de vinténs, Bolsa-família, auxílio gás, Fome Zero...

No meio desse conformismo coletivo, surgem pequenos brotos de lucidez. Pessoas que querem sair desse ambiente fétido no qual a sociedade encontra-se imersa. Com esse objetivo, ONGs e campanhas sociais são criadas e pouco a pouco surgem os resultados. Esses indivíduos são flores que rompem o asfalto, mas que, infelizmente, ainda são minoria.

Ao alcançar suas metas, os idealizadores transformam-se em heróis e o universo infantil é resgatado. A esperança de que é possível viver em um mundo melhor reacende. Embora ainda pisque fraca, não pode ser ignorada. Ela deve continuar sendo alimentada para que, talvez, em um futuro distante, a raça humana possa ter um final feliz.