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Yumi Tagawa
Criar Campinas

Nossos bosques têm mais vida?

A influência estadunidense sobre o Brasil é presente na História e perdura até os dias de hoje. Mais do que ideologicamente, os EUA se infiltraram no vocabulário de nosso país de maneira determinante, o que levou o Deputado Aldo Rebelo a propor que hajam sansões contra o uso excessivo de palavras vindas de outro idioma. Estrangeirismos são importantes e até necessários, contudo, os brasileiros têm exagerado no seu uso, o que pode levar boa parte da população à exclusão social, e, mesmo que iniciativas como a do Deputado não cortem o mal pela raiz, elas, indubitavelmente, freariam ou até diminuiriam o uso de tais palavras.

O uso de estrangeirismos pode ser positivo para uma nação. Ao longo do tempo, precisamos criar novas palavras, nomear novas atitudes de objetos, e as palavras de outras línguas podem contribuir muito nisso. Além disso, seus usuários ficam mais abertos às demais culturas, assim, elimina-se a xenofobia e intolerância - problemas que atualmente perturbam a Europa Ocidental. No entanto, tal necessidade somada à dominação ideológica estadunidense criou uma apologia do uso do inglês que, se abusiva, pode ser prejudicial.

Se andarmos pelas ruas ou por um "shopping" observando as lojas, seus nomes e suas vitrines, bem como atentando ao nosso vocabulário, o uso de palavras do inglês será novamente gritante. É comum que as lojas expressem uma promoção por "sale" ou "50% off", tragam frases estampadas em roupas ou tenham nomes em inglês. O uso de estrangeirismos vai muito além dos "shoppings" ou centros de compras e, para um país com considerável porcentagem de analfabetos, é extremamente incoerente a existência de uma população praticamente bilíngüe. Rebelo não foi o primeiro e provavelmente nem será o último a tentar tornar o brasileiro mais patriota. Movimentos como a Semana de Arte Moderna tinham o mesmo intuito, mas sem o Poder Legislativo ao seu lado.

A Semana de 22 pode não ter atingido seus objetivos inteiramente, mas certamente contribuiu para a criação da identidade brasileira. E, dessa maneira, mesmo que a proposta do Deputado não seja uma medida sustentável e não elimine o domínio que sofremos dos norte-americanos, a substituição de nomes estrangeiros estampados em placas pelas ruas já seria um grande desestímulo equilibrado ao uso de estrangeirismos, que jamais desapareceria, de qualquer maneira.