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Lucas Gonçalves Simões Vieira
Criar Campinas

Pra frente sucupira!

Na contemporaneidade, fala-se muito de crítica, autocrítica, pensamento crítico. Infelizmente, a sociedade dos clichês vem confundindo tais conceitos com o que nos diferencia dos outros animais, algo que deveria, portanto, pautar nossas vidas: o exercício do pensar.

Fácil ceder às verdades ditas universais e a pensamentos já decorados. No entanto, tal caminho nos condena à estagnação cultural, social, política e econômica. Orwell, com seu 1984, mostra com sombrio cenário um povo provido do direito de pensar; proles e comuns, vítimas de um sistema opressor têm suas vidas reduzidas e sem perspectivas. Algo parecido ocorreu na China com sua Revolução Cultural e seu temido livro vermelho.

A filosofia, em baixa no atual sistema do "JUST DO IT", tenta justamente se contrapor à submissão de idéias, à manutenção dos lugares-comuns. Irônico uma era onde a troca de informações se dá tão rapidamente ser deficitária no campo das idéias. Espantoso imaginar o que fariam os gregos munidos das ferramentas que dispomos. Inconsciente do poder que tem, nossa sociedade vê no consumo o novo livro vermelho, afinal, para consumir não se precisa de neurônios.

Com um número de ligações que ultrapassa o de átomos do planeta, o cérebro humano é uma máquina sem precedentes. Seu produto, entretanto, o pensar, tem sido deixado de lado atualmente. Exemplo claro se vê a cada dois anos no Brasil: as eleições são palco tragicômico da síndrome do senso comum pela qual passam os brasileiros; com discursos fracos e apelativos recheados de clichês, se elegem figuras com recordes de votos, como aquele que insistentemente nos bradava seu nome. Não é a toa que vivemos sob regime representativo.

Diagnóstico pessimista, enfim, o da sociedade dos clichês. Que nos recobra a consciência antes que nos igualemos à faringe nada Sucupira com seu bem amado Odorico Paraguassú, fonte aliás, desconfio, de muito do que ouvimos por aí.