MELHORES REDAÇÕES DE ALUNOS

Nathalia Hatsue Oushiro
Criar Ribeirão Preto

Sem título

Nascido em meio às grandes navegações, atravessou a era das revoluções, intensificou-se na era dos impérios e afixou-se nas eras dos extremos como algo velado. De repente, após o tratado de Versalhes, o racismo diferenciou-se pelo mundo em metamorfoses esdrúxulas e transformou-se em vergonha, cirurgias plásticas, cremes branqueadores, concretizando a White Beauty como ideal a ser seguido.

Com exceção dos EUA, onde os negros aprenderam a valorizar seus traços e culturas, outros fenótipos discriminados e colonizados no passado absorveram de forma negativa a premissa WASP para galgarem posições e status social, uma vez que esses são predominantemente atingidos por peles-claras. Essa supremacia da cor ocorre em meios dos índios do altiplano andino, aos filipinos, vietnamitas e indianos os quais tornaram-se público alvo das principais formadoras de opinião: L’Oreal, Nívea, Avon, Cliniqué.

Devorando culturas e impondo padrões, a mídia maciça e imperialista imposta por essas multinacionais intensifica complexos de inferioridade e busca encurtar distâncias entre a pele zulu e a pele ariana. A questão priorizada pelas gigantes capitalistas da indústria cosmética não está na adaptação dos padrões de beleza locais e sim nos milhões gastos pelos mentalmente colonizados todos os anos em busca de uma felicidade embalada na forma de creme.

Há muitos anos os dominadores do norte-rico fizeram o caminho de volta, contudo, esse só foi concluído porque sabiam que a tecnologia do século XX possibilitaria a dominação à distância. Se Hobbes ainda fosse vivo, diria que sua máxima nunca fora aplicada com tanta sutileza e discrição como é feita nestes tempos modernos nos quais a barreira racial é só uma entre várias construídas pela dinâmica política e burguesa.

Logo, a ferramenta essencial para diminuir preconceitos e estimular o que há de mais puro e original em cada um, sejam olhos puxados, traços fortes de tons escuros e a imersão dos valores pregados pela indústria cosmética e sua mídia lobo do homem. Quando isso ocorre e a beleza tornar-se uma palavra efetivamente usada no plural, o racismo estará a um passo de ser erradicado.