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Fabrícia dos Santos Silva
Criar Ribeirão Preto

Salvador do Mundo

O antigo vírus do preconceito racial que avassala o organismo global sofre inúmeras mutações que lhe conferem força e perpetuação. Tão deficitária como o HIV ou fatal como o Ébola o preconceito insiste em devanear as populações. É um flagelo que ultrapassa gerações e proíbe as diferenças aleatoriamente saudáveis.

A ação de um homem escravizar outro sempre existiu, já que "O homem é o lobo do próprio homem". No entanto, atualmente, numa sociedade pós colonial e regida por uma ordem mundial egoísta e depredativa o degradante sentimento obedece um dogma: o branco é o detentor do poder. Todos que forem diferentes do branco devem ao menos buscar se assemelhar, pois conquistarão as soluções para muitos problemas.

A partir dessa afirmação, a variedade étnica poderosa afunilou-se. Países como a Índia e alguns na África são campeões em cosméticos que tornam a pele mais clara. E na China cirurgia para arredondar os olhos causa impressão de modernidade. O que dizer de um mundo que ostenta demasiadamente a aparência? Como aceitar a unificação das diferenças para atender ao lucro de uma oligarquia sanguinária?

O capitalismo absorve as peculiaridades de cada cultura e as padronizam em torno do ideal branco. A mídia, principal veiculadora de produtos branqueadores, mutila os outros fenótipos. Ela sofistica o racismo e aniquila a auto estima de muitos. Beyoncé e Tais Araújo são negras? Não, são mulatas queimadas pelo sol. Barack Obama é tão inteligente que parece um branco. O maior escritor do Brasil, Machado de Assis, não era mulato, era claríssimo. (Logo o negro rico é tolerável).

A cura para esse mutante nunca será encontrada se permitirmos que a mídia dite quais são nossos costumes, e alegue estar intencionada em valorizar nossas necessidades e aspirações. O poder em avaliar vantagens é individual. O descobridor da cura da SIDA ganhará o prêmio Nobel. O descobridor da cura contra o preconceito salvará o mundo.