A padronização do culto as imagens é, por definição, uma irracionalidade. Não implica em ser cartesiano ao extremo partilhar da crença de que imagens são meras representações da realidade. Todos deveriam ser ponderados o suficiente para não desperdiçar tempo e dinheiro na compra de embalagens, no sustento da vontade instintiva de acreditar em belas e agradáveis simbologias.

Todas as civilizações humanas produziram imagens com alguma finalidade, místico-religiosa ou não. Dessa forma, as representações permearam toda a produção cultural conhecida e demonstram a predisposição humana à apreciação e ao culto de imagens. Entretanto, a força e a forma de exteriorização dessa predisposição variam em cada grupo de pessoas, que constituem diferentes sociedades.

Atualmente, vive-se a era da banalização da cirurgia plástica. Qualquer desconforto em relação à curvatura da "maça do rosto" já é motivo para mutilar-se. É claro que há, também, a influência dos meios de comunicação, que estabelecem padrões de beleza. Mas casos como o de Michael Jackson exprimem o quanto as pessoas podem adoecer no anseio de transformar a própria imagem: não perderam o auto controle para a mídia, mas para si mesmos, para os seus instintos.

Outros exemplos de irracionalidade humana são aqueles em que pessoas tentam passar-se por algo que não são. Elas podem estar insatisfeitas com as próprias feições e ocasiões, mas, ora, isso não vai alterar em nada a realidade, não é mesmo, "Mulher Gato"? Logicamente, existem os fingidores por diversão, mas os adeptos do "body-modification" que me perdoem: há coisas que estão simplesmente fora do alcance dos homens. Aliás, que todos me perdoem, não vejo o menor sentido nessa paixão por meras representações, por simples fantasias.