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Rodrigo Toscano Santos
Criar Ribeirão Preto

Consciência: um item nunca à venda

Andando pelos corredores do supermercado, podemos nos contentar com o essencial de acordo com nossas necessidades e utilizar o caixa-rápido, ou, não raro, usar os caixas normais pelo pouco a mais que ultrapassamos os limites de mercadoria e de consciência. A falta dessa somada às ferramentas de estorção do marketing e da publicidade mexe não só com o bolso, mas principalmente com a mentalidade de uma sociedade.

Cada dia mais, somos educados a sermos o que consumimos. Enquanto na escola nos ensinam boas noções para não nos tornarmos consumistas compulsivos nem prejudicarmos a natureza, em casa, somos constantemente etiquetados com propagandas das mais criativas e atraentes. Além disso, também chegamos ao ponto de poder nos profissionalizarmos (nas faculdades de marketing e publicidade, por exemplo) em como estorquir inconscientemente uma sociedade.

Para isso, basta fazê-la associar produtos e serviços com a falsa promessa de felicidade, poder e prazer. "Amo muito tudo isso", "dedicação total a você" e "viver sem fronteiras" é o que se implanta diariamente na inconsciência de quem aprendeu, aos poucos, que sua identidade pode ser comprada na loja mais próxima.

Assim, quanto mais carentes, e menos conscientes formos, mais seremos enganados. Com pouca educação, noção de consumo e conhecimento de suas causas e consequências, somos mais vulneráveis a buscar uma identidade nos meios materiais, ou seja, na Ferrari conversível, no Rolex de diamantes e nas mais diversas ilusões de status de um bom comprador.

Por conseguinte, à caminho do caixa não nos faltam motivos para esticar o braço e pegar só mais alguma coisa que caiba no carrinho. Entretanto, falta-nos motivos para colocar nossa consciência a um preço maior do que qualquer mercadoria. Se optarmos em comprar o essencial e o suficiente, estaremos levando de brinde uma consciência de consumo mais correta. Mas, se deixarmos para a publicidade, marketing e propaganda fazerem nossas compras, com certeza encheremos muitos carrinhos até os caixas normais, e ultrapassaremos, assim, todos os limites da nossa consciência, um item nunca encontrado à venda nas prateleiras.