Ao longo da História, a humanidade liquefez fronteiras impostas por Igreja, Estado, geografia e, principalmente, pelo próprio homem. Todavia, Infelizmente, ainda estamos à mercê do medo, da ignorância e dos preconceitos intrínsecos de um aprendizado conservador e repreensivo.

"Uma flor nasceu na rua!" Há 21 anos, o Muro de Berlim, uma das formas mais evidentes da bilateralidade do mundo, foi derrubado junto com a Guerra Fria. Martim Luther King sonhou e lutou pelos direitos civis dos negros assim como Nelson Mandela lutava para derrubar as fronteiras impostas pelo apartheid. Ambos, mesmos separados geograficamente, formavam uma unidade ao combater a segregação racial.

"Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto." A cubana Yoani Sánchez é como a flor de Drummond. Ela é perseguida, pois revela a realidade cubana e expõe a frustração de uma juventude sem liberdade através de seu blog. Os ditadores veem seus abusos publicados para o mundo através de um caminho sem voltas, a internet. Palavras que nem armas, nem slogans e nem bravatas poderão conter.

O mundo contemporâneo ainda traz resquícios do preconceito de uma sociedade conservadora. Uma mente fraca é incapaz de aceitar outros indivíduos e a si mesma. Essa incapacidade impede-nos de alcançar nosso objetivo nos âmbitos profissional, familiar e amoroso, tão evidente nas principais frustrações de uma sociedade. Essa que também sofre com a desigualdade social, aumentada pela falta de qualidade das escolas públicas e pela violência segregada pelos condomínios de classe média e alta.

Portanto, a humanidade deve continuar lutando para derrubar as fronteiras que ainda não cederam ao longo da História. Lutamos cotidianamente, utilizando as palavras cujo poder ultrapassa as barreiras físicas e espalham-se no mundo e na mente das pessoas. O conhecimento e a liberdade de expressão são as formas mais efetivas de desabrochar a flor do nosso espírito, cuja força rompe o muro, o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.