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Mariana Bissioni de Souza
Criar Campinas

Não viemos em Pandora

O salto tecnológico que permeia as últimas décadas, permitiu a evolução de "Bonequinha de Luxo", em preto e branco ao maravilhoso blockbuster tridimensional, Avatar. A criatividade humana de desenvolver sublimes tecnologias personifica o imaginário humano, mas paradoxalmente, inviabilizar a evolução aos menos beneficiados. Isso porque a ambição humana almeja a constante superação no ramo tecnológico só que deprecia a própria existência, quando não prioriza a extinção dos problemas sociais.

Assim como aconteceu na obra cinematográfica de James Cameron, com a mística localidade de Pandora, hoje a tecnologia se tornou dominadora e hegemônica. Ela foi capaz de destruir Hiroshima e Nagasaki, ao fim da IIª grande guerra, sem que houvesse a mínima preocupação humana em preservar a vida e a história de cada indivíduo morto. E apesar da tecnologia já ter se desenvolvido até para exterminar nossa etnia, a psique humana ainda não é capaz de assimilar tal evolução. Não conseguimos assim, usufruir das inovações somente para melhor o meio em que vivemos. Como os soldados da longa metragem, o ser humano usa suas novas invenções somente para melhorar o meio em que vivemos. Como os soldados do longa metragem, o ser humano usa suas novas invenções para se impor diante dos mais vulneráveis, aumentar seu poder e, principalmente, seu ego.

Além disso, a dificuldade que os fictícios militares tinham em assimilar a cultura n’vi assemelha-se à impossibilidade do homem moderno em entender o sofrimento de milhões de seus semelhantes. Mesmo com o crescente aumento das disparidades sociais entre países desenvolvidos e países pobres, não nos esforçamos para encontrar meios de aplicar tecnologias em ambientes fragilizados. Diz-se que é necessária a erradicação da fome na África e Ásia, no entanto, a fracassada tentativa de faze-la através da Revolução Verde somente culminou em egoísmo e mais fome, já que os grãos foram primordialmente destinados à ascensão de outro ramo lucrativo para os acionistas: o das commodities.

Mas, o arrependimento do protagonista de Avatar, ao fim do filme, não se aplica aos insensíveis humanos. O desenvolvimento da tecnologia continua, cada vez mais a corroer o homem, fazendo com que este busque sua melhoria individual em detrimento do coletivo. Enquanto continuamos a acreditar que a vida é como o cinema, em que o filme é feliz e idealizado, continuaremos a matar uma sociedade real com nosso egoísmo e egocentrismo.