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Maíra Miron Bastelli
Criar Franca

Maturidade

Desde que nasci, vivi com meus pais em uma fazenda de nome "Nascer - do - sol". Assim a chamavam, pois essa proporcionava uma visão bela e impressionante desse fenômeno diário da natureza, em meio a suas árvores e morros. A fazenda era enorme. Possuía vastos pastos com diversidades animal e vegetal, e uma constante produção de queijos e laticínios naturais, que eram vendidos na cidade. Porém ela não nos pertencia. Meu pai tomava conta de tudo nela, e eu o ajudava. Morávamos em um casebre lá, e os donos só a freqüentavam nos finais de semana.

Com míseros dois anos de idade já me interessava por tudo da fazenda, principalmente, pelos cavalos. Gostava, em especial, de um cavalo chamado Maturidade. Era malhado nas cores preto e branco, mas muito alto para que eu conseguisse montá-lo. Isso era frustrante para mim. Porém, papai animava-me, dizendo que um dia o alcançaria. Enquanto esse não chegava, treinava em Talento, um mini pônei no qual conseguia "cavalgar". Observava papai em seu trabalho, seguindo-o pela fazenda. Com talento, eu aprendia a cavalgar e montar pouco a pouco, para que um dia chegasse a maturidade.

O tempo foi passando... Já atingira cinco anos de idade e nada de Maturidade. Às vezes, mamãe perguntava-me o que eu seria quando crescesse; não sabia, só pensava em realizar meu sonho. Talento fora indispensável para meu aprendizado. No entanto, já se tornara ineficiente por seu tamanho. Papai aconselhou-me montar em pônei, agora maior um pouco, chamado Determinação. Afinal, maturidade, ainda parecia inatingível. Aceitei. E foi com determinação que passei a "andar" e a ajudar meu pai com o serviço. Agora eu já aprendera um pouco mais sobre esse.

Passei vários anos com determinação, queria logo chegar a Maturidade. Sentia-me diferente. Meu corpo mudaria, sentia-me mais alto, mais disposto. As pernas de Maturidade já não pareciam tão altas e longas. Será que chegará o grande momento? Estava ansioso. Perguntei a papai se achava que eu já conseguiria montar naquele. Eu estava com dez anos. Papai respondeu que talvez sim, mas que eu poderia fazê-lo mais facilmente se treinasse mais um pouco em um potro nomeado honestidade. Assim o fiz. Passei a montar mais vezes por dia, e a acompanhar mais meu pai. Aprendi mais ainda com Honestidade.

Mais sete anos se passaram. Agora eu sabia plantar, colher, ordenhar, irrigar, enfim, trabalhar como meu pai. Com dezessete anos, sentia-me capaz o suficiente para, pelos menos, tentar realizar meu grande sonho. Adquiri mais altura, mais força, mais coragem . Talento, Determinação e Honestidade foram fundamentais para que eu me sentisse mais confiante quando chegasse o grande momento. E chegou. Aproximei-me daquele, já estava coma sela, e coloquei o pé no estribo. Meu coração disparou. Agora só faltava o impulso, fechei os olhos e... Montado em maturidade estava! Sai cavalgando de alegria.

A partir daquele dia percebi que aqueles tempos treinando deram-me algo a mais do que chegar a maturidade. Eles me auxiliaram na descoberta da resposta que não soubera dar a mamãe agora, seria um cavaleiro. Afinal, tinha como companheiro Maturidade.