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Guilherme Sabbag Stersa
Criar Araraquara

De 1400 a Aldous Huxley

Há cerca de 600 anos, um movimento artístico difundiu-se pela Europa. Tal movimento substituía as diversas crenças pelo empirismo e o puro racionalismo. Com base nessa nova característica, surgiu o cientificismo e, a partir deste ponto, homem e ciência caminhariam sempre juntos.

Raras vezes olhamos a nossa volta e não nos deparamos com algum tipo de tecnologia. Gosto da idéia de imaginar o que veria se possuísse algum tipo de visão especial. Se olhasse para uma caneta, observaria as várias ligações entre os átomos e, a seguir, a composição de uma certa substância necessária à escrita; isso é química. Observando um celular, veria como é perfeita a transferência de sinais eletromagnéticos e de sua interação com o sistema; isso é física. E se olhasse para uma construção, conseguiria enxergar as diversas equações estabelecidas para tal monumento se manter estável; isso é matemática.

O ser humano atingiu uma complexidade tecnológica que lhe proporciona conforto e interatividade, o que facilita a resolução de problemas e a locomoção. Impor limites ao progresso científico é estacionar no tempo. Controle e restrições existem em todos os lugares, mas, com o passar dos anos, regras são alteradas e, desta maneira, com passos curtos, a ciência tem liberdade e avança.

No livro "Admirável mundo novo" de Aldous Huxley, temos a situação de um futuro no qual o domínio das técnicas e do saber científico produz uma sociedade totalitária e desumanizada, dividida em castas, cada qual com responsabilidades e trabalhos diferentes. O interessante é que não existe contestação quanto a tais obrigações, já que os membros da casta superior são responsáveis pelos embriões - que não se desenvolvem no útero da mãe, e sim em bocais - e os condicionam física e psicologicamente, adaptando-os ao tipo de vida que trará benefícios à sociedade.

A questão é: até que ponto o avanço tecnológico pode ser considerado imoral? O resultado que tais avanços podem obter no futuro não é algo utópico. O progresso não pode ser freado, porém deve ser controlado de forma consciente. Há 600 anos, o movimento artístico do Renascimento trouxe idéias inovadoras e influenciou a necessidade do conhecimento pela razão. Hoje, devemos nos conscientizar de que a ciência e a revolução tecnológica são fortes movimentos, mas que não podem superar a razão humana, como superou no livro de Huxley.