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Vinícius Salomão Branquinho
Criar Franca

Vida e tempo

Passado, presente e futuro: componentes eternos da vida. O que se passa anteriormente gera experiência para o agora, e quando bem vivido dá origem a uma boa vida futura. Heráclito diz que tudo flui, mas há quem insista em valorizar somente um deles, como mostra a linha do tempo da literatura.

"Oh! Que saudades tenho / Da aurora da minha vida / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!". Nostalgia, contemplar o passado. O poema romântico de Casimiro de Abreu mostra o pensamento daqueles os quais vêem no antigo, uma maneira de fugir do presente. Assim se esquecem dos anos que ainda virão e ficam inconformados com a realidade - característica comum entre os românticos byronianos.

Aproveitar o presente, pois o futuro sempre vem trazendo as marcas da velhice. Esse pensamento defendido pelos árcades como o clichê latino "carpe diem" - colher o dia - desmonta a racionalidade de valorizar a felicidade momentânea. "A mesma formosura / É dote, que só goza a mocidade: Rugam-se as faces, o cabelo alveja, / Mal chega a longa idade."

A poesia modernista de Drummond já revela a preocupação com o futuro. Como os românticos da segunda geração, também está inconformado com o presente, mas ainda tem esperança de que o mundo melhore, como mostra no poema "A flor e a náusea". "É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio".

Coaduno com Heráclito, realmente tudo flui. Os reflexos das ações revividas no passado e o presente bem aproveitado, garantem um futuro promissor. A nostalgia romântica, o "carpe diem" árcade e a esperança modernista devem completar-se para garantir a felicidade humana.