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Ana Lídia Viaro
Criar Ribeirão Preto

Ajudem-nos, colombos

Diante das incontáveis estrelas que existem no céu, dificilmente tiramos cinco minutos do nosso exaustivo dia para envolvermo-nos com os mistérios que esse além propicia. O cansaço mental ao qual a maioria de nós está submetida não nos permite acreditar em outras vidas que ultrapassam o conhecimento. Deixamos de contemplar as possibilidades ao não observar o que está sobre nossas cabeças. Assim, deixamos de lado as estrelas, verdadeiramente brilhantes e passamos a contemplar aquelas da televisão, que tomam o pouco tempo do nosso dia para nos doar idealizações e ambições, o que redunda em vontade de viver mais um dia.

Enquanto binóculos preocupam-se em analisar vizinhas, satélites buscam incessantemente desvendar aquelas perguntas que parecem não ter respostas. Ao perceber que alguém, uma pessoa rara, possui uma certa aflição por acreditar nos, algumas vezes discutidos, extraterrestres, aplicamos em nossa face uma leve risada, que é irônica. Algumas vezes desintencionados, mas, mesmo assim, não deixamos de nos supervalorizar, o que acaba por nos fazer banalizar as possibilidades que o Universo proporciona. A preocupação em nos mantermos dentro dos padrões, sempre renováveis, estabelecidos, não nos permite ter noção de o quão insignificantes somos diante da imensidão inimaginável.

Nicolau Copérnico "tirou a Terra de centro do Universo", com a teoria heliocêntrica, fato que foi suficiente para deixar Galileu Galilei sentindo-se covarde por ter desistido desse seu conhecimento para poder sobreviver. A sociedade não aceitava deixar de ser o centro. Sem muitos radicalismos, hoje continuamos a ser assim. Mesmo diante da imensidão do Universo, que já foi possível comprovar, ainda temos o pensamento arcaico de que outros tipos de vida inteligente não são possíveis. A Nasa, especialista nesse assunto, já provou que o nosso vizinho, Marte, possui o fator essencial para a vida, a água. Com tais fatos verdadeiros, é muita pretensão duvidarmos de tais hipóteses.

Cristóvão Colombo saiu da Espanha comprometido a voltar em um mês. Apenas após mais de dois meses no Oceano pôde deixar de ver o azul e começar a desfrutar de terra firme. Enganou-se ao achar que estava nas Índias, pois, na verdade, estava na América. Teve razão ao dizer que o Planeta era redondo, porém, no tamanho, errou em mais de dez vezes. Após um tempo, a visão dos intelectuais da época saiu da região visível e ampliou-se para um mundo antes não imaginado. Puderam conhecer os extraterrestres do momento, os índios. Tal raciocínio leva-nos a ser mais flexíveis quanto a não estarmos sós no Universo.

Deveríamos deixar de pensar nos binóculos e começar a interessar-nos pelas descobertas dos satélites. Abrir nossas mentes e acreditar nos galileus também seria um grande avanço para não sermos tachados de egocêntricos. Investir nos colombos poderia ampliar nossa visão em muitas vezes e evitar que no futuro sejamos os céticos atrasados e descrentes. Poderia ser benéfico para nós se encontrássemos alguma comunidade  inteligente, quem sabe assim o nosso fim fosse prorrogado. Porém, para eles não sei se seria tão benéfico assim.