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Andréa Beltrami Doltrário
Criar São Carlos

Ensaio sobre a não evolução social

O termo evolução não pode ser usado para caracterizar transições ou mudanças sociais ao longo da história. Nessa ótica, não há evolução entre as gerações porque elas não criaram mecanismos melhores de adaptação com o decorrer do tempo, simplesmente são respostas de um conjunto de pessoas que, como os outros animais, têm necessidade de comunicar-se e por isso assimilam uma linguagem e consequentemente uma cultura contendo ideologias e incertezas próprias de suas épocas.

Não fazer parte de uma geração que se forma na atualidade de nossas vidas significa ser alheio à comunicação, porque esta depende da cultura que gera a linguagem e a língua a ser falada em cada época. Dessa forma, nós, jovens da década de 90, assimilamos tecnologia em nossas vidas e, como resposta, somos caracterizados pelas habilidades múltiplas, inovação. Alienar-se a esse conteúdo representa a não inserção no mercado de trabalho, e a não conquista da sonhada independência, marca dessa geração chamada Y.

Diferentes dos Y’s, os X’s, adultos e jovens dos anos 80, são considerados céticos, pragmáticos. No entanto, considerá-los indiferentes ao mundo é muito simplista, pois esse "cair na real" está vinculado ao contexto dessa época. As utopias dos anos 60 da contracultura desmancharam-se com a entrada dessa camada hippie no mercado de trabalho, a Guerra Fria deixou um sentimento de cautela e ponderação, que até mesmo pode ser estímulo ao pragmatismo com que Obama governará os EUA.

Já os chamados "baby-booners", nascidos na década 40, receberam grande influência de uma sociedade que vivenciou os massacres da 2º guerra e que então querem valorizar a vida. Marcados pela Revolução do sexo, um exemplo é o lançamento de filmes como "A primeira noite de um homem", pela rebeldia dos anos 60 com o movimento de contra cultura, essa geração abriu portas para a transcendência e para o autoconhecimento do ser humano.

Se não há evolução social caracterizada por melhorias de uma geração à outra, porque estas não responderam aos mesmos estímulos, mas a contextos antagônicos, uma geração não é melhor que a outra. As diferentes atividades correspondentes a cada geração são apenas incorporações da cultura, determinada por um contexto sócio-econômico, para existir comunicação e aceitação pessoal dos indivíduos na sociedade.